Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) terá transporte

Um projeto feito em parceria por dois escritórios de arquitetura cariocas pretende utilizar a Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, como uma alternativa para o caótico trânsito da cidade do Rio de Janeiro.
Os arquitetos Leonardo Lattavo e João Pedro Backheuser desenvolveram um projeto aquaviário para a Lagoa, onde pequenos barcos, com capacidade de PASSAGEIROS semelhante a dos ônibus urbanos, cruzariam o espelho d"água. As embarcações fariam as rotas entre diferentes pontos, como o viaduto que dá acesso ao Túnel Rebouças ao Corte do Cantagalo, ou os bairros da Fonte da Saudade e do Humaitá à Praia de Ipanema, através do Canal do Jardim de Alah.
"O projeto não vai resolver o problema do trânsito no entorno da Lagoa, mas será mais uma alternativa de TRANSPORTE público", ressalva o arquiteto Leonardo Lattavo, um dos idealizadores. "O TRANSPORTE aquaviário é pouco explorado no Rio", acrescenta.
Ele ressalta que os barcos poderiam fazer a integração com ônibus em pontos no entorno da Lagoa. "Seria um TRANSPORTE intermodal, onde, por exemplo, a pessoa pegaria um barco em Ipanema rumo a um ponto de ônibus na boca do Túnel Rebouças", explica o arquiteto. Além da possibilidade de se criar um TRANSPORTE público atravessando o espelho d"água, Lattavo destaca a vocação turística do projeto. "Muitos turistas certamente gostariam de pegar um barco e passear pelo meio da Lagoa, e tirar fotos da cidade de um ângulo que hoje não é possível", observa.
"Às vezes, o turista está com o tempo escasso e, utilizando os barcos, pode atravessar a Lagoa de forma mais rápida do que a pé, ou mesmo de ônibus", complementa o arquiteto. Um dos tópicos do projeto contempla a construção de um quiosque flutuante, que poderia ser deslocado para qualquer ponto da Lagoa. "Hoje, não existe o uso da parte central da Lagoa. As pessoas chegariam ao quiosque nos barcos, de pedalinho ou até de caiaque.
E o deslocamento do quiosque permitiria posicioná-lo próximo ao ponto de chegada de competições de remo ou de vela", diz Lattavo. Um dos tópicos mais ousados do projeto se refere a uma grande intervenção no Jardim de Alah. Os autores da proposta gostariam de elevar o parque em três metros de altura, de forma que pudesse ser construída uma garagem sob o jardim, com capacidade para quase 900 carros.
"Hoje, o Jardim de Alah está em um nível inferior ao da rua. No projeto, ele seria erguido, ficando no mesmo nível, e ajudaria a resolver um grande problema dos bairros de Ipanema e do Leblon: a falta de vagas", destaca Lattavo. O arquiteto considera, atualmente, o Jardim de Alah subutilizado, e espera que, com a realização dos projetos, o parque seja mais aproveitado pela população, inclusive no período noturno.
"Queremos trazer o Jardim de Alah para o uso público, deixá-lo mais seguro. Eu mesmo, que sou frequentador do parque, evito utiliza-lo à noite, por falta de segurança", conta Lattavo. Ele acrescenta que, através do canal do Jardim de Alah, os barcos que fariam o TRANSPORTE público na Lagoa chegariam até à Praia de Ipanema. "Imagina que maravilha seria pegar um barco no Humaitá e saltar na Avenida Vieira Souto?", sonha o arquiteto.

Fonte: Frota & Cia

0 comentários:

Postar um comentário