Passados mais de 15 anos da
privatização das ferrovias, é mais que hora do balanço. E, uma vez mais,
temos que mostrar a incompetência do governo. As esperanças estão se
esvaindo e fica cada dia mais difícil acreditar nele e na sua capacidade
de alavancar esse meio de transporte.
Nossa ferrovia, criada em 1854, chegou a 28.000 quilômetros em 1920.
Atingiu 36.000 em 1948 e ai recuou. Hoje têm os mesmos 28.000
quilômetros de 1920.
Mas, o número absoluto nada significa. O que vale mesmo é o relativo.
Para sabermos qual o tamanho real da ferrovia, há que considerar o
território. Nessa medida, temos a pior ferrovia do mundo, com 3,4
quilômetros para cada mil quilômetros quadrados de território.
A Argentina tem 12, a França 60, Japão 62, Inglaterra 70, Alemanha
130. A ferrovia absoluta da Alemanha é de 45.000 quilômetros, para um
território de apenas 349.000 quilômetros quadrados.
O governo vem há anos alardeando que ano “X’ teremos mais 5.000
quilômetros de ferrovia. Teríamos cerca de 34.000 quilômetros, e
fantásticos 4,0 quilômetros para cada mil quilômetros quadrados. O ano
“X” muda todos os anos. Sabe-se lá até quando mudará. Uma delas, a
Norte-Sul, vem sendo construída desde 1987.
Rezamos “diuturnamente” para “Santa Ferrovia das Cargas Perdidas e Encarecidas”
para que fiquem prontas até 2025. O atraso na ferrovia Norte-Sul custa
R$ 12 bilhões por ano ao país, segundo matéria da Folha de São Paulo de
2012. E, segundo matéria do Fantástico, de 2013, com vídeo disponível na
internet, 800 quilômetros foram construídos com trilhos “moles”, que
impossibilitam o uso total e adequado da ferrovia. Outra “Petrobrás”? Se
bem que a Petrobrás é que é outra “Ferrovia Norte-Sul”.
Qual o problema do governo se considerar incompetente para fazer as
ferrovias que o país necessita? Que mal há em largar a rapadura para a
iniciativa privada? É só delegar a esta a construção de ferrovias e
teremos logo o que precisamos. Todos sabem que o governo é o pior
gerente de obras que existe. Apenas para ficar nisso. Que qualquer de
suas empresas é um cabide de emprego. Que o que interessa não é terminar
obras, mas sim ter emprego permanente.
Fonte: Jornal DCI
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