No mês de Junho, SuperHiper
publicou reportagem sobre as etapas tecnológicas que envolvem a
estruturação de uma loja virtual. Como as operações do e-commerce não
param por aí, trazemos nesta edição os desafios e particularidades que
existem por trás da missão de entregar os pedidos com rapidez e
segurança.
Cada vez mais os consumidores estão utilizando a internet para fazer suas compras. No ano passado, o e-commerce nacional movimentou R$ 18,7 bilhões, valor que superou em 26% a quantia registrada no período anterior. E as previsões futuras continuam otimistas, fato que está motivando empresas de diversos segmentos a explorar o potencial quem a web te para gerar negócios.
Cada vez mais os consumidores estão utilizando a internet para fazer suas compras. No ano passado, o e-commerce nacional movimentou R$ 18,7 bilhões, valor que superou em 26% a quantia registrada no período anterior. E as previsões futuras continuam otimistas, fato que está motivando empresas de diversos segmentos a explorar o potencial quem a web te para gerar negócios.
Mas
neta empreitada há uma questão que precisa ser muito bem gerida, já que a
entrada no comércio virtual não envolve apenas a construção se um site
bonito e funcional. É preciso, acima de tudo, praticar uma logística
eficiente e moderna que garanta que tudo que foi comprado pelos
consumidores chegue até eles.
“Muitos ainda acham que atuar no
e-commerce significa apenas ter uma boa plataforma”, observa o membro
da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net), Sergio Herz.
“Na verdade, essa é a ponta do iceberg,. Há uma série de procedimentos
complexos efetuados depois da finalização da compra.”
A
expectativa de todo cliente é receber rapidamente e de forma bem
acondicionada o produto que ele realmente comprou. Falhas logísticas,
como desrespeito ao prazo, envio de encomenda errada ou a não realização
de entrega, podem afetar a relação com os clientes e a imagem da
empresa. Uma das particularidades do e-commerce é que problemas com a
loja virtual podem ser facilmente associados à loja física.
Para
o diretor de projetos da Keepers Logística, Felippi Perez, as
companhias que adentram ao e-commerce devem ser capazes de atender as
exigências do consumidor, o que inclui zelar pelo tempo de entrega,
disponibilidade de produtos, qualidade e preços. “É preciso que o
consumidor passe a confiar no e-commerce. Essa confiança pode ser
prejudicada em caso de falhas”, observa Perez, que também é autor do
livro Vantagens Competitivas no E-commerce Através da Logística (Editora
Lexia).
Diferenças na operação
Diferenças na operação
O
perfil das vendas virtuais gera uma diferenciação entre a logística para
o e-commerce e a convencional. Conforme aponta o vice-presidente da
Comercialização de Marketing da Associação Brasileira de Logística
(Abralog), Edson Carillo, isso acontece porque as compras realizadas nas
lojas virtuais são extremamente fracionadas. “Além disso, os clientes
do e-commerce têm expectativa de receber o produto no prazo mais curto
possível”, afirma.
Na logística para e-commerce, existem
diferenças em relação ao tipo de carregamento, perfil de demanda, fluxo
do estoque, tamanho e destino dos pedidos e entre a sincronia que deve
haver entre os elos da cadeia de suprimentos. Neste caso, não são
algumas lojas que fazem grandes pedidos ao centro de distribuição, mas
diversos consumidores anônimos que realizam pequenas compras.
Para
Felippi Perez, da Keepers Logística, a operação do e-commerce também é
marcada pela dificuldade de previsão de demanda, já que na logística
convencional ela pode ser mais facilmente calculada. No caso do varejo
on-line, a logística exige flexibilidade, pois a sua demanda varia de
acordo com diversos fatores, como datas sazonais, promoções, marketing,
parcerias com sites de compras coletivas e comentários na internet.
De
acordo com o presidente do Instituto de Logística (Islog) e professor
da Universidade Metodista, Roberto Macedo, a compra fracionada muda o
conceito de picking. “O fluxo de embalagem, de emissão de nota fiscal e
de expedição aumenta. Isso exige melhor planejamento da mão de obra”,
orienta. Segundo o professor, no e-commerce há maiôs quantidade de
chamada data de corte, etapa que processa todas as compras que entraram
até um determinado momento. Quanto maior a freqüência deste procedimento
mais rápida é a tratativa dos produtos.
É graças a isso
que algumas empresas conseguem indicar um prazo para a entrega e
efetua-la sem delongas. A loja Onofre Eletro, por exemplo, garante um
recebimento da compra em até quatro horas para clientes da cidade de São
Paulo e da Grande São Paulo. O Grupo Sonda, que opera o site Sonda
Delivery, também indica uma expectativa de prazo para a entrega
relativamente curta. SuperHiper fez um teste para conferir este serviço
tanto em termos de pontualidade como do acondicionamento dos produtos.
No
dia 5 de julho, às 18h, a revista comprou no Sonda Delivery três
produtos que exigem cuidados na sua distribuição, Foram eles: uma
cerveja da marca Baden Baden, uma mortadela Perdigão fatiada 200g e uma
caixa dos empanados Tekitos da Sadia. Na manhã seguinte, o SAC da loja
virtual enviou um e-mail comunicando a indisponibilidade deste último
item em seu estoque. Por volta das 19h do dia 6, pouco depois do horário
combinado, os demais produtos foram entregues o endereço indicado
acondicionados de maneira satisfatória.
Ambas as empresas
realizam uma prática em comum para garantir o cumprimento dos prazos:
elas determinaram um raio de atuação. No caso da Onofre Eletro o foco é a
capital paulista e a Grande São Paulo. Já o Sonda Elivery concentra sua
atuação via e-commerce nas cidades de São Paulo, Guarulhos e a região
do ABC Paulista.
Conforme explica o professor da
Metodista, Roberto Macedo, é importante que o varejo defina um raio de
atuação, já que muitas redes estão focadas em uma ou algumas regiões. “A
abrangência da loja virtual deve estar, preferencialmente concentrada
no raio de atuação da loja física”.
Outra questão primordial
nas operações do e-commerce é a estruturação de um sistema de logística
reversa. O varejo virtual é campeão nos pedidos de troca, especialmente
de vestuário e eletrônicos. Os especialistas recomendam a definição de
uma política clara de devolução de produtos e a implantação de um
sistema que permita gerenciar essas devoluções, “As desistências são
comuns no e-commerce”, observa Felippi Perez, da Keepers Logística.
Juntou ou Separado?
Juntou ou Separado?
Para
quem possui ou pretende iniciar um e-commerce deve ficar atento para
não confundir os estoques das lojas física e virtual, de modo q não
causar rupturas em nenhum dos dois canais. “Há empresas que consolidam
as operações e outras que trabalham com áreas distintas”, declara o
vice-presidente da Abralog, Edson Carillo. “A questão é que a dinâmica
para entregas em lojas físicas tem um perfil bem diferente das operações
de vendas virtuais. Assim, é indicado que as áreas de estocagem sejam
separadas”.
Por uma questão de organização e precaução, os especialistas ouvidos por SuperHiper recomendam a independência dos dois perfis de operação. Caso não seja possível fisicamente, que essa separação ocorra de forma sistêmica. “Para quem não tem outra alternativa a não ser trabalhar com os estoques juntos, uma outra dica é definir horários de operações diferentes. Isso pode ajudar a evitar falhas”, sugere o professor da Metodista, Roberto Macedo.
Por uma questão de organização e precaução, os especialistas ouvidos por SuperHiper recomendam a independência dos dois perfis de operação. Caso não seja possível fisicamente, que essa separação ocorra de forma sistêmica. “Para quem não tem outra alternativa a não ser trabalhar com os estoques juntos, uma outra dica é definir horários de operações diferentes. Isso pode ajudar a evitar falhas”, sugere o professor da Metodista, Roberto Macedo.
Para
quem é pequeno e não pode arcar com custos de um centro de distribuição
próprio, uma saída é contar com o respaldo de um operador logístico .
Este serviço proporciona uma série de benefícios, como o fato de o
varejista não ter perdas, já que a responsabilidade de tudo o que está
armazenado é do operador, e de não ter que se preocupar com mão de obra,
segurança. Manutenção de veículo e outros detalhes. “Além disso, o
custo mensal do operador é variável. Tudo depende do volume de vendas
obtido”, completa Felippi Perez, da Keepers. “Mesmo assim é preciso
analisar a natureza dos produtos. Itens mais baratos e de giro rápido
não compensam ficar com terceiros”.
A independência dos estoques físico e virtual é uma receita adotada pelo Walmart Brasil. A rede acaba de anunciar que inaugurará em agosto o seu terceiro centro de distribuição exclusivo para o comércio eletrônico, que ampliará em 50% a sua capacidade de armazenamento. Por uma questão de estratégia, a empresa não informou o local do novo empreendimento até o fechamento desta edição. Tal iniciativa gerou a criação de 200 postos de trabalho.
Planejar, gerenciar e inovar
A independência dos estoques físico e virtual é uma receita adotada pelo Walmart Brasil. A rede acaba de anunciar que inaugurará em agosto o seu terceiro centro de distribuição exclusivo para o comércio eletrônico, que ampliará em 50% a sua capacidade de armazenamento. Por uma questão de estratégia, a empresa não informou o local do novo empreendimento até o fechamento desta edição. Tal iniciativa gerou a criação de 200 postos de trabalho.
Planejar, gerenciar e inovar
A
logística para o e-commerce tem evoluído muito nos últimos anos,
especialmente por conta da tecnologia. Tempos atrás, comprar pela
internet significava esperar de 15 a 30 dias para receber a encomenda.
Atualmente, o prazo comumente praticado pela maioria das empresas varia
entre três horas e cinco dias.
O e-commerce é um avanço do
comércio feito por catálogo impresso. Com o advento da tecnologia, esse
conteúdo passou para o computador. Isso traz o desafio de prever a
demanda e se planejar, especialmente em épocas sazonais. “É necessário
um planejamento logístico completo para evitar problemas e gargalos,
além de um acompanhamento severo do estoque”, aponta a diretora de
Negócios da e-Bit, Cris Rother.
Devido à complexidade e
dinamismo da logística, todo o sistema precisa ser constantemente
avaliado, monitorado e controlado. Em seu livro, Felippi Perez retrata
que a moderna logística deve cumprir prazos, garantir a qualidade dos
produtos, promover a integração sistêmica da empresa e com os
fornecedores, racionalizar os processos e proporcionar ao cliente a
possibilidade de rastrear e conferir o andamento do seu pedido de
compra.
Para que isso seja possível, bem como gerenciar estoques, entregas e o ciclo de suprimentos, é preciso adotar soluções tecnológicas que permitam um controle efetivo da operação. Nesse sentido, o mercado tem ao seu dispor a ferramenta Warehouse Management System (WMS), um sistema informatizado de gerenciamento de armazéns, que assume o controle total da movimentação e armazenagem, disponibiliza uma série de relatórios gerenciais, promove a separação sistêmica do estoque físico e virtual e ainda oferece diversas outras funções, como interligação com a tecnologia RFID (identificação por radiofreqüência).
De acordo com o diretor de Produtos da Oracle Brasil, Jorge Toledo, grandes empresas já utilizam o WMS, porém as pequenas e médias, de uma forma geral, ainda utilizam um sistema de Enterprise esource Planning (ERP), que não é tão completo no que diz respeito à gestão de estoque. “A adoção do WMS é um processo de maturidade. Anos atrás a preocupação era, justamente, a implantação de um bom ERP. Agora, entramos numa segunda fase ainda mais estratégica.”
Para que isso seja possível, bem como gerenciar estoques, entregas e o ciclo de suprimentos, é preciso adotar soluções tecnológicas que permitam um controle efetivo da operação. Nesse sentido, o mercado tem ao seu dispor a ferramenta Warehouse Management System (WMS), um sistema informatizado de gerenciamento de armazéns, que assume o controle total da movimentação e armazenagem, disponibiliza uma série de relatórios gerenciais, promove a separação sistêmica do estoque físico e virtual e ainda oferece diversas outras funções, como interligação com a tecnologia RFID (identificação por radiofreqüência).
De acordo com o diretor de Produtos da Oracle Brasil, Jorge Toledo, grandes empresas já utilizam o WMS, porém as pequenas e médias, de uma forma geral, ainda utilizam um sistema de Enterprise esource Planning (ERP), que não é tão completo no que diz respeito à gestão de estoque. “A adoção do WMS é um processo de maturidade. Anos atrás a preocupação era, justamente, a implantação de um bom ERP. Agora, entramos numa segunda fase ainda mais estratégica.”
Dentre as diversas
soluções existentes no mercado, há também o Service-Oriented
Architectute (SOA), que integra as várias camadas de um negócio, o que
permite interligar os sistemas da loja física e da virtual, onde um lado
passa a saber automaticamente o que foi realizado na outra ponta. “Esta
é uma alternativa, por exemplo, para evitar a separação dos estoques.
Esse controle passa a ser virtual”, observa Toledo da Oracle. “Também é
muito importante que , na etapa da distribuição, am empresas contem com
uma ferramenta de gestão de transporte, que aponte a melhor rota e
planeje a execução da entrega”.
Para Roberto Macedo, da
Metodista, há outro detalhe que deve ser olhado com muito carinho na
logística e-commerce: a embalagem. “ Apesar de ser uma questão básica,
este é um fator primordial neste mercado. De nada vale um bom preço e
pontualidade se o produto chegar danificado.”
Fonte: http://www.keeperslogistica.com.br/noticias/2012/11/26/as-lojas-virtuais-reinventam-a-logistica.html
Fonte: http://www.keeperslogistica.com.br/noticias/2012/11/26/as-lojas-virtuais-reinventam-a-logistica.html
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