MILHO: ARMAZÉNS CHEIOS E PROXIMIDADE DA COLHEITA PREOCUPAM GOIÁS

Armazéns lotados, expectativa de produção maior e proximidade do início do período de colheita de safrinha levaram os técnicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) a Brasília para discutir saídas para o problema com o Ministério da Agricultura. "O governo precisa agilizar os leilões, os estoques estão cheios e a comercialização travada", afirma o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da (CNA), José Mário Schreiner. Com o plantio precoce da safra, a Faeg estima que a colheita pode começar em até 15/20 dias e atingir o pico em 40 dias no Estado.
A principal demanda do setor é pela realização de leilões para escoar a safra, pleito repetido desde o início do ano. Mas o impasse e a demora na publicação da portaria interministerial que define as regras preocupam o setor produtivo. "Esta situação está prevista há meses e só agora vamos ter os leilões", afirmou ele. Além da comercialização travada, a grande expectativa é que tais operações estimulem as exportações e ofereçam alguma sustentação ao mercado local. Os produtores pedem a subvenção para escoar 11,7 milhões de toneladas: sete milhões de toneladas para Mato Grosso; 1,7 milhão de t para Mato Grosso do Sul; 1,5 milhão de t para Goiás; e 1,5 milhão de t para o Paraná.
A expectativa é de que sejam realizadas 10 leilões semanais.
Em Goiás, já são registradas ofertas de compra para a safrinha a R$ 11/saca, mas o custo de produção no Estado é estimado em R$ 15,70/saca, segundo a Faeg. Hoje, no disponível, o preço varia entre R$ 12 e R$ 13/saca. Os produtores também querem a remoção de 160 mil toneladas dos estoques públicos. Segundo Schreiner, o governo anunciou em fevereiro que removeria o produto dos armazéns certificados pela Companhia Nacional de Abastecimento, mas o cereal continua estocado em Goiás.
No disponível em Mato Grosso do Sul, a semana começou mais movimentada, ainda que restrita ao mercado local. As indústrias locais compraram o cereal por R$ 15,50/saca para Dourados e Campo Grande e a R$ 14/saca no interior. No entanto, analista de mercado ressalta que os negócios são pontuais e os volumes limitados.
No Rio Grande do Sul saiu pequeno volume a R$ 18/saca, com prazo de 20 dias, e R$ 17,40/saca no disponível. Há registro de negócios a R$ 17,80/saca, mas apenas para distâncias menores, com menor impacto do frete. Analista local destaca a ligeira alta do preço em relação aos R$ 17/saca, registrados no início da semana. "O comprador tem interesse, mas o vendedor segura porque espera a melhora das cotações.
O produtor da região ainda prefere fazer caixa com a soja", afirma. A chuva neste começo de semana também atrapalha o avanço da colheita, segundo ele.

Fonte: Cepea/Agencia Estado

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