O transporte na disseminação de doenças

A globalização das doenças infecto-contagiosas....
A grande mobilidade do ser humano no planeta terra, utilizando os mais variados tipos de veículos concorre para a disseminação de doenças e para a rápida transferência de um foco de infecção de um hemisfério para outro.
Os pontos mais distantes do nosso planeta cada vez se tornam mais próximos. A evolução do transporte aproxima cada vez mais estes pontos. Até bem pouco tempo, somente através do transporte marítimo conseguíamos atravessar o Atlântico, o Pacifico e atingir outro continente. As viagens eram longas, cansativas e desgastantes.
A Vigilância Sanitária nos portos preocupava-se em não deixar entrar no país qualquer patologia que poderia se disseminar comprometendo toda à população. Os quadros suspeitos eram submetidos à quarentena, já que poderiam estar no período prodrômico (período de incubação). Cobravam-se as vacinações obrigatórias para determinadas doenças.
Hoje, com o desenvolvimento tecnológico, a aviação civil rompe o tempo de percurso entre os pontos mais longínquos, e em curto período, nos deslocamos de um continente para outro. Essa rapidez facilita o transporte de doenças as mais diversas e nos mais variados pontos da Terra. Além de transportar os doentes e portadores de doenças, o transporte em geral é capaz de conduzir o hospedeiro intermediário e o agente vetor favorecendo a disseminação e o aparecimento do foco a distância.
Entendemos que tenha sido essa a primeira globalização, não pensada, não discutida pelos órgãos governamentais. Porém a expansão dessa globalização cresce a cada dia, a cada hora. Das doenças sexualmente transmissíveis, a AIDS é tipicamente um exemplo a ser lembrado.
Em 1982, um Boeing da Panamerican Air Lines trazendo um grupo de homossexuais americanos pousa no Aeroporto Internacional do Galeão, na semana do carnaval. Este grupo participou de todos os grandes bailes da cidade do Rio de Janeiro, capital da beleza e da alegria naquele período. Desde então começou a aparecer os primeiros casos da doença no nosso país. O Brasil entrava na Globalização da AIDS.
E daqui para frente, como faremos o controle dessas doenças?
Torna-se cada vez mais difícil o controle das doenças infectocontagiosas. Sabemos que a falta de controle vai permitir o aparecimento de epidemias comprometendo todo o planeta Terra.
O transporte em geral será o responsável pela disseminação e, especificamente o transporte aéreo, será o elemento capaz de produzir a eclosão de focos epidêmicos quase simultâneos em toda a superfície terrestre, causando uma pandemia.
Hoje vemos Aedes egipty, Phebotomus, barbeiro, aruá, Tsé-Tsé, etc., sendo transportados dos focos de origem para os grandes centros urbanos através de todo tipo de transporte.
Precisamos instituir o mais breve possível normas que permitam um controle mais eficiente, principalmente com as doenças tropicais, bem como maior conhecimento e respeito à legislação específica. Sem isso, estaremos evoluindo com todo recurso tecnológico para o extermínio do ser humano na superfície terrestre, a passos largos.
Os transportes chegam aos lugares mais longínquos desse país que tem dimensões continentais. Em determinadas áreas de nosso território temos doenças tropicais as mais variadas transmitidas por insetos.

Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, médico, diretor da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - www.abramet.org.br)

Leia Matéria na íntegra em: http://www.transportabrasil.com.br/2010/04/o-transporte-na-disseminacao-de-doencas/

Fonte: Portal Transporta Brasil

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