Agronegócio enfrenta gargalos

Embora tenha perdido participação na economia nacional nos últimos anos, o agronegócio ainda é o cartão de visitas do País no exterior. Principal produtor de álcool, café, suco de laranja, frango, carne bovina, açúcar e tabaco e segundo maior em soja e carne suína, nos últimos anos a atividade enfrenta problemas para avançar.
"Dificuldades na logística e em equacionar o sistema de seguros são dois dos principais entraves que os produtores enfrentam para tornar o agronegócio brasileiro ainda mais competitivo", afirmou ontem o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Agro, durante reunião do Conselho de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
De acordo com ele, 38% do preço da soja é gasto com transporte. "Esse percentual destrói a vantagem competitiva que o País tem, ainda mais agora, quando o crescimento populacional do mundo vai demandar mais alimentos e traz oportunidade sem precedentes." Para aproveitar essa chance, Mendonça de Barros – ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1995 a 1998) –, afirmou ser primordial que, além das questões de transporte, o próximo governo apresente uma solução para o seguro rural. "O setor público precisa apresentar uma proposta para que o seguro de produção se torne viável, já que por conta das oscilações climáticas, é quase impossível encontrar empresas que assumam o risco."
No último dia 17, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o substitutivo que autoriza a União a participar de um fundo destinado a oferecer cobertura suplementar aos riscos do seguro rural (leia mais sobre o assunto no texto ao lado), mas a matéria ainda será votada pelo Senado.
Formalização – Mendonça de Barros também se disse favorável à criação do Simples Rural, que possibilitaria um modelo simplificado de tributação para desonerar a carga que incide sobre a cadeia de alimentos. Para isso, o produtor teria que se transformar em pessoa jurídica, formalizando a atividade. "Além das vantagens tributárias, acredito que ao se formalizar, o produtor terá acesso a mais crédito e mais barato. Não existe no mundo capitalista a possibilidade de um país crescer se não for através do crédito. O Brasil ampliou essa participação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), nos últimos anos, mas ainda tem muito espaço para avançar."

Fonte: NTC Logística

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