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Cláudio Trinchão, coordenador dos Estados no Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz), disse que vai apresentar proposta nesse
sentido no dia 27, no pré-Confaz, encontro que reúne os secretários de
Fazenda um dia antes da reunião ordinária. A unificação da alíquota em
4% deveria entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2013, de acordo
com a Resolução do Senado nº13, cujo objetivo é acabar com a guerra
fiscal nos portos.
O pedido, diz Trinchão, baseia-se em relatório que recebeu
quarta-feira do grupo técnico do Confaz organizado para estudar a
regulamentação do assunto. De acordo com ele, o relatório mostra que não
há consenso entre os técnicos dos Estados. "A bola veio muito
quadrada", diz. Ele acredita que não haverá tempo para resolver o
problema até janeiro. "Sou favorável ao adiamento", afirma o
coordenador, acrescentando que o Maranhão, Estado do qual é secretário
de Fazenda, não terá perdas com a mudança.
Segundo Trinchão, a ideia é colocar o tema em votação na reunião do
pré-Confaz. Ele também vai propor a votação de encaminhamento de
documento ao Senado pedindo mudanças no texto da Resolução. Para ele,
como não se trata de votação de acordo ou protocolo, não é necessária
unanimidade. O relatório da votação deve ser entregue depois ao governo
federal.
Trinchão entende que a resolução deu ao Confaz atribuição de
regulamentar o assunto. O texto da Resolução dá ao Conselho a
possibilidade de baixar normas e definir critérios para estabelecer o
conteúdo de importação. Pela resolução, a alíquota única de 4% deve ser
aplicada nas vendas interestaduais de produtos com conteúdo de
importação superior a 40%.
Para tributaristas, o pedido de adiamento reflete mais uma falta de
consenso político do que técnico. Douglas Rogério Campanini, da
consultoria Athros ASPR, diz que o texto da resolução deixa margem a
dúvidas e demanda regulamentação. O advogado Júlio de Oliveira acredita
que a regulamentação não precisa, necessariamente, do Confaz. "Isso pode
ser feito por uma nota técnica do governo federal". Porém, para o
tributarista o órgão mais adequado para resolver o assunto é o Confaz.
"A questão é política. O Confaz já resolveu aspectos técnicos muito mais
complexos que o da nova resolução".
Fonte: Valor Econômico
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