Simefre: mercado cresce; câmbio preocupa

O Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários) apresentou ao mercado, nesta quarta-feira, 1, os números de produção, venda e exportações referentes a este ano.
De forma geral, todos os segmentos abrangidos pela entidade – exceto bicicletas, que registrou os mesmos índices do ano passado – apresentaram ganhos significativos. Entretanto, a preocupação com o câmbio e a desvalorização do dólar frente ao real é unânime entre as lideranças do sindicato.
“Se não tomarmos cuidado seremos engolidos pela China e a Índia. Se continuarmos assim, vamos gerar mais empregos em outros países do que aqui”, constata José Antonio Fernandes Martins, presidente da entidade.
Neste sentido, o executivo aponta que é preciso que a equipe econômica do governo federal seja forte e, se preciso, aumente as taxas de importação. “Não podemos deixar brechas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os produtos ‘made in china’ estão dominando o mercado”, argumenta.
Para o economista Antonio Lanzana, outro fator que preocupa é o forte crescimento da economia nacional. “Quando se cresce mais do que se está preparado há um aumento significativo nas importações, o que acontece atualmente no País”, constata.
De acordo com o especialista, a expectativa é que no próximo ano o Brasil continue atraindo dólares, entretanto, algumas medidas para deter grandes impactos na economia serão tomadas. “Creio que haverá uma elevação no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Além disso, o governo pode voltar a cobrar imposto de renda de investimentos estrangeiros no Brasil e exigir que o dinheiro fique aplicado na economia brasileira por um período, para que o País não se torne apenas um recebedor de dólares”, argumenta.
Balanço
Enquanto as medidas não vêm, as empresas registram bons resultados e prospectam um 2011 positivo. De acordo com os números apresentados pelo Simefre, o setor ferroviário, por exemplo, “tem vivido dias de euforia”.
Segundo informações apresentadas, apenas no setor de carga, a produção triplicou neste ano em comparação com 2009. “Iniciamos 2010 com uma previsão de fabricar 2,5 mil vagões, mas agora projetamos 3,3 mil equipamentos. O volume é bastante significativo considerando que no ano passado comercializamos apenas 1.022 unidades”, comemora Luiz Fernando Ferrari, vice-presidente da entidade.
Já a indústria de carros de passageiros sentiu uma pequena queda nos números em relação a 2009. A estimativa é que 421 equipamentos sejam fabricados, 13 unidades a menos que no ano passado. A produção de locomotivas atingiu o total de 65 itens neste ano.
Quando o assunto é a projeção para o próximo ano, os empresários do setor prevêem inserir no mercado aproximadamente 100 locomotivas , 450 carros de passageiros e cinco mil vagões.

Fonte: WebTranspo

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