Operações logísticas em ritmo de Natal

Reportagem publicada pelo site WebTranspo

Caro leitor, ao contrário do que você pode estar pensando, o título desta reportagem não quer dizer que as atividades nos principais centros de distribuição estão mais tranquilas. Pelo contrário, é nesta época do ano que o ritmo fica frenético nas principais empresas do setor, principalmente às que atendem o e-commerce.
Para se ter uma ideia, o Natal deve incrementar em 40% as vendas pela Internet e, de acordo com as empresas entrevistadas, esta alta será sentida também nas operações logísticas. “Estamos vivendo um momento muito positivo”, destaca Ronan Hudson, diretor da JadLog.
“Este crescimento já está acontecendo. Ao longo de todo este ano a movimentação tem sido 40% maior em relação ao ano passado”, acrescenta Adriano Campos, diretor BC2 da Ramos Transportes.
Para estarem aptas para atender todo o contingente de mercadorias, as empresas se preparam com antecedência. Na Ramos, por exemplo, este ano todo foi de investimentos em adequação para atender a demanda.
“A aquisição de veículos e o treinamento de pessoas, por exemplo, são ações que exigem tempo. Em 2010, mais de dez unidades foram ampliadas. Além disso, investimos mais de oito milhões na renovação da frota”, destaca Campos.
Na TGestiona, o planejamento é feito três meses antes do aumento na demanda. “É comum uma alta no volume de transporte neste período, mesmo assim, conversamos com nossos clientes para avaliar a expectativa de crescimento”, afirma Marcelo José de Sousa, diretor de logística da companhia.
Já na JadLog, as ações para atender o e-commerce nesta época do ano incluem “a contratação de mão de obra temporária, a locação de veículos, além de não conceder férias aos funcionários no período”, segundo Hudson.
Tendão de Aquiles?
Entretanto, uma questão crucial para o sucesso de uma compra online e a consequente fidelização do usuário pode ser o prazo de entrega. Sousa destaca que se ao comprar um produto em uma determinada loja virtual o cliente não receber a encomenda no prazo possivelmente não comprará mais no estabelecimento.
Campos, concorda. “O consumidor do e-commerce trabalha com expectativa, é ansioso, quer receber o quanto antes. Temos que trabalhar para atender esta necessidade”, aponta o executivo.
Hudson explica que para que a questão não se torne, literalmente, um “tendão de Aquiles”, a empresa negocia o prazo com o cliente. “Realizamos tempos de entrega diferenciados para cada destino para que o consumidor não se decepcione. Levamos em consideração todas as variáveis, como o trânsito e a restrição a caminhões, por exemplo, para estabelecer um prazo de entrega”, argumenta.
Questionados sobre os principais itens adquiridos pelos brasileiros nesta época do ano, a resposta foi unânime: eletroeletrônicos, informática, CDs, DVDs, livros e brinquedos.
Representatividade
A força do e-commerce no negócio destas empresas é um fato consolidado. Na Ramos, por exemplo, as operações para este nicho de mercado já atingem 50% do total de envios e quase 35% do faturamento.
Já na JadLog, o volume de mercadorias para clientes virtuais representa 35% do total movimentado pela companhia. Este segmento também contribui com 20% do faturamento da empresa.
A TGestiona não informou a representatividade do e-commerce em seus negócios “por uma questão de estratégia”, segundo sua assessoria de imprensa.

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