Enquanto a safra nacional de grãos bate recordes anuais, posicionando o Brasil no confortável 4.º lugar do ranking mundial entre os maiores produtores, a capacidade de armazenagem brasileira está muito longe de acompanhar o mesmo ritmo de crescimento. Em relação à safra 2009/10, quando a produção graneleira alcançou os 174 milhões de toneladas, o volume de armazenamento disponível no país chegou ao limite de 136 milhões de toneladas, quando deveria ser superior a 210 milhões de toneladas.
Essa defasagem na capacidade de estoque, diz Denise Deckers do Amaral, vice-presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapos) e representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é uma das principais causas do desperdício agrícola no país. “A capacidade estática de armazenagem de grãos no Brasil deveria ser, no mínimo, 20% superior à produção. Portanto, temos muito ainda para crescer”, observa. No Paraná, as perdas com as condições inadequadas e com a falta de estrutura para o estoque de grãos podem se aproximar de R$ 500 milhões neste ano.
A alternativa estaria, segundo Denise, na união de forças entre os setores público e privado. Enquanto o governo disponibiliza linhas de financiamento com juros baixos – que esse ano passaram de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão –, caberia aos agricultores ampliar e melhorar a capacidade de silagem nas próprias propriedades rurais ou em cooperativas. Atualmente, com 2.544 armazéns, os produtores concentram 14,5% dessa capacidade. Outros 79,5% são controlados por cooperativas e empresas de armazenagem e apenas 6% estão localizados em portos secos e áreas de transbordo.
Sem espaço para estocar a produção deste ano, agricultores do Oeste do estado tiveram de apelar para o improviso. Apesar de o Paraná deter a maior estrutura de armazenamento do país – com capacidade para 26 milhões de toneladas –, barracões desativados, depósito de máquinas e até o pátio das cooperativas tiveram de ser usados para acomodar a safra. A agilidade na colheita e o volume da produção foram inversamente proporcionais ao ritmo do escoamento. Em abril, a Coopavel, de Cascavel, teve de acumular mais de 30 mil toneladas de grãos debaixo de lonas.
Realidade comum também na logística de produção dos países vizinhos, a urgente união de esforços entre produtores, governo, empresas e associações é uma das soluções discutidas no Fórum Latino Americano de Pós-Colheita, evento paralelo à 5.ª Conferência Brasileira, que reúne mais de mil participantes em Foz do Iguaçu. “O atraso em relação a produtores como os Estados Unidos é enorme. Estruturas falhas de transporte e armazenamento acabam tendo reflexos no preço do produto final, afetando diretamente a competitividade”, aponta o diretor da Associação Argentina de Pós-Colheita de Grãos (Aposgran), Roberto Hajnal.
Capacitação
Deficiências podem ser reduzidas
Respeito a requisitos técnicos e documentação de todo o processo de armazenamento, somados à melhoria da qualificação da mão-de-obra, podem garantir ao Brasil índices menores de desperdício e, consequentemente, maior aproveitamento da produção e lucratividade. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as mudanças deverão ser implantadas no país gradativamente a partir de janeiro do próximo ano até 2014, com o recadastramento e credenciamento obrigatório das unidades armazenadoras. As exigências fazem parte do processo de certificação brasileira.
Fonte: Gazeta do Povo
Essa defasagem na capacidade de estoque, diz Denise Deckers do Amaral, vice-presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapos) e representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é uma das principais causas do desperdício agrícola no país. “A capacidade estática de armazenagem de grãos no Brasil deveria ser, no mínimo, 20% superior à produção. Portanto, temos muito ainda para crescer”, observa. No Paraná, as perdas com as condições inadequadas e com a falta de estrutura para o estoque de grãos podem se aproximar de R$ 500 milhões neste ano.
A alternativa estaria, segundo Denise, na união de forças entre os setores público e privado. Enquanto o governo disponibiliza linhas de financiamento com juros baixos – que esse ano passaram de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão –, caberia aos agricultores ampliar e melhorar a capacidade de silagem nas próprias propriedades rurais ou em cooperativas. Atualmente, com 2.544 armazéns, os produtores concentram 14,5% dessa capacidade. Outros 79,5% são controlados por cooperativas e empresas de armazenagem e apenas 6% estão localizados em portos secos e áreas de transbordo.
Sem espaço para estocar a produção deste ano, agricultores do Oeste do estado tiveram de apelar para o improviso. Apesar de o Paraná deter a maior estrutura de armazenamento do país – com capacidade para 26 milhões de toneladas –, barracões desativados, depósito de máquinas e até o pátio das cooperativas tiveram de ser usados para acomodar a safra. A agilidade na colheita e o volume da produção foram inversamente proporcionais ao ritmo do escoamento. Em abril, a Coopavel, de Cascavel, teve de acumular mais de 30 mil toneladas de grãos debaixo de lonas.
Realidade comum também na logística de produção dos países vizinhos, a urgente união de esforços entre produtores, governo, empresas e associações é uma das soluções discutidas no Fórum Latino Americano de Pós-Colheita, evento paralelo à 5.ª Conferência Brasileira, que reúne mais de mil participantes em Foz do Iguaçu. “O atraso em relação a produtores como os Estados Unidos é enorme. Estruturas falhas de transporte e armazenamento acabam tendo reflexos no preço do produto final, afetando diretamente a competitividade”, aponta o diretor da Associação Argentina de Pós-Colheita de Grãos (Aposgran), Roberto Hajnal.
Capacitação
Deficiências podem ser reduzidas
Respeito a requisitos técnicos e documentação de todo o processo de armazenamento, somados à melhoria da qualificação da mão-de-obra, podem garantir ao Brasil índices menores de desperdício e, consequentemente, maior aproveitamento da produção e lucratividade. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as mudanças deverão ser implantadas no país gradativamente a partir de janeiro do próximo ano até 2014, com o recadastramento e credenciamento obrigatório das unidades armazenadoras. As exigências fazem parte do processo de certificação brasileira.
Fonte: Gazeta do Povo
0 comentários:
Postar um comentário