Alimentos Zaeli busca sócio para aplicar R$ 100 milhões

Nas duas horas de voo que liga Umuarama (PR) a São Paulo, Valdemir Zago, diretor-presidente da Alimentos Zaeli, veio pensando na estratégia que está traçando para os próximos cinco anos da empresa.
Dona de um faturamento de R$ 400 milhões no ano passado com a venda de 180 mil toneladas de mais de 250 alimentos, a Zaeli - fundada há 41 anos - está atraindo um fundo de pensão americano, cujo nome é mantido em segredo, e que estaria interessado em ingressar na companhia.
Os atrativos capazes de chamar a atenção do fundo foram sua força no interior do país e seu potencial de crescimento.
A maioria das grandes capitais nunca saboreou o macarrão instantâneo com dois temperos da Zaeli nem preparou um bolo com a sua mistura em pó.
Contudo, mais de 30 mil pontos de venda do interior do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Rio Grande do Sul, entre tantas outras regiões acostumadas com os produtos da marca e o simpático Zaelinho, uma espécie de gato-garoto-propaganda, compram a marca.
As conversas com o fundo de pensão poderão ajudar Zago a concretizar seus planos futuros. Em dezembro, a Zaeli prevê atingir um faturamento de R$ 450 milhões, valor 12,5% superior ao obtido no ano passado.
Este avanço, embora superior ao crescimento do PIB, é ameno frente ao salto que a Zaeli pretende dar nos próximos cinco anos. A meta para o período é mais do que dobrar a receita atingida em 41 anos de história.
"Queremos chegar a R$ 1 bilhão de faturamento em 2015 e para isso preciso de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões em capital de giro, além da geração de caixa, para suportar novos investimentos como a abertura de mais centros de distribuição e a ampliação ou até mesmo a duplicação de nossas quatro fábricas espalhadas pelo país", afirma Zago.
É justamente aí que entraria a participação do fundo americano, cujo objetivo é aportar capital na empresa e, em cinco anos, passar a receber uma porcentagem anual sobre o lucro.
Zago garante que a negociação está apenas começando. Caso ela não se concretize, há o plano B, ou apelar ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Buscar bancos privados é o último desejo do herdeiro da Zaeli.
Centros de distribuição
Atualmente, há 31 centros de distribuição dando suporte à operação da Zaeli - 13 deles próprios. Até o final de 2011, a meta é chegar a 20 centros próprios.
Nos próximos quatro meses, a empresa pretende inaugurar quatro armazéns no Nordeste, mais especificamente no Maranhão e no Piauí, em Sergipe e no Ceará.
Agora, o grande desafio é avançar sobre as capitais paulista, carioca e mineira. Em seis meses, Zago promete inaugurar um centro de distribuição em São Paulo, o que levará a empresa a iniciar a comercialização de seus produtos na capital e não só no interior do estado.
De olho nas lojas pequenas
A estratégia, no entanto, não é vender para as grandes redes supermercadistas. "Em São Paulo eu quero entrar pelas beiradas e vender para os supermercados menores, neste momento de retorno das lojas de bairro, alvo de investimento até das grandes redes", conta.
Sexta-feira, após três dias de reuniões em São Paulo, Zago pegou o jatinho de volta à Umuarama com a seguinte dúvida: comprar ou não uma fonte de água mineral do Paraná.
A dúvida tem um motivo
Talvez, em 2011, a Zaeli passe a disputar o mercado de sucos prontos, o que demandará da empresa um abastecimento crescente e regular de água mineral. Trata-se de um grande avanço para uma empresa que tem 35% de seu faturamento advindos do arroz.

Fonte: Brasil Econômico

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