CNI: logística é maior entrave à exportação

Estudo mostra que burocracia e custo alfandegário também são obstáculos

BRASÍLIA - As dificuldades de logística - como custo do transporte causado pelas más condições das estradas, tarifas cobradas em portos e aeroportos, e demora na liberação de mercadorias - são os principais entraves à competitividade do produto brasileiro destinado à exportação. A conclusão está em estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que será divulgado nesta segunda-feira. Burocracia e custos alfandegários são outros dos maiores desafios às venda de produtos ao exterior.
O levantamento, feito com a Fundação Getulio Vargas (FGV), foi realizado entre dezembro e janeiro com 846 grandes, médias e pequenas empresas. Os exportadores indicaram 62 entraves ao comércio numa escala de 1 a 5.
 
 
O custo do transporte, por exemplo, recebeu nota 3,61; as tarifas cobradas por portos e aeroportos, 3,44; e a baixa ação do governo em superar as barreiras à exportação ficou com 3,23. Entre os cinco maiores problemas apontados pelos exportadores, há ainda a oferta de preços competitivos (3,11) e as tarifas cobradas por órgãos anuentes (3,04).
Embora a burocracia tenha diminuído nos últimos anos, segundo a pesquisa, os entrevistados citam como obstáculos as leis conflituosas, o excesso de leis e a constante alteração de regras. Citam ainda o excesso de documentação, a demora na liberação de produtos e a dificuldade no conhecimento da legislação.
O gerente-executivo de Comércio Exterior da CNI, Diego Bonomo, aponta como uma das soluções a curto prazo a solução de questões burocráticas, como a unificação do recolhimento das taxas cobradas pelos governos federal e estaduais:
- O primeiro passo é dizer quais são as taxas. Há o problema da coleta. É um caos administrativo. Uma das propostas é fazer um sistema de coleta única, assim como tem um
A entidade defende, por exemplo, a volta do Reintegra - programa que compensa exportadores de custos tributários residuais na cadeia de produção - com uma alíquota de 3%.
Pesquisa realizada pela CNI há quatro anos apontava a taxa de câmbio como o principal entrave às exportações. Hoje, ela recebeu nota 2,8. Para Bonomo, como o dólar se ajustou, os problemas estruturais apareceram.


Fonte: O Globo

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