Natura inova operações em logística

Com o compromisso de fazer chegar, a cada 21 dias, 950 mil caixas de seus produtos a suas consultoras, a Natura reestruturou seu ciclo de logística e anuncia um programa estratégico para os próximos dez anos.
A grande novidade é que a fabricante de cosméticos passará a fabricar produtos no exterior – na Argentina, onde a produção já teve início neste mês, na Colômbia e no México, cuja operação começa em 2011.
De acordo com João Paulo Ferreira, vice-presidente de operações e logística da Natura, “as operações internacionais crescem a um ritmo muito acelerado, na média de 40% nos últimos trimestres, o que justifica a fabricação internacional”, comenta. Porém, em princípio, a empresa não terá uma planta fabril própria no exterior, mas fabricará seus produtos por meio de parcerias com a Just, no mercado argentino, Hada, na Colômbia, e Fortalab, no México.
Segundo o executivo, o novo plano muda o cenário de exportações da Natura no Brasil, terceiro maior mercado do mundo para o segmento de cosméticos, atrás dos Estados Unidos e Japão. Hoje, de 7% a 10% do volume que é fabricado no País pela Natura é enviado para outros mercados. Porém, com o início da produção internacional, o volume tende a cair, sem estimativas precisas até o momento, relata Ferreira.
A expectativa da empresa é que em três anos, 50% do faturamento das operações internacionais da companhia na América Latina provenham da produção internacional. Os novos países produtores para a Natura exportarão entre si, explicou Ferreira, já que cada um será responsável por fabricar determinada categoria de produtos da marca.
O executivo relata que o ponto crucial deste novo planejamento continuará sendo a aposta em relacionamento e sustentabilidade. Atualmente, com o ciclo logístico de 21 dias e mais de 1.200 milhão pontos de entrega no Brasil, América Latina e França, a empresa espera evoluir para que mais de 90% das entregas sejam realizadas em 48 horas.
Para isso, ampliou o seu número de CDs (Centros de Distribuição); neste mês inaugurou uma unidade em Uberlândia (MG) e Castanhal (PA); e em 2011 abrirá mais duas unidades – uma em Curitiba (PR) e outra em São Paulo (SP). Com isso, passará a contar com 14 centros. Além disso, a Natura ampliou a capacidade dos CDs de Canoas (RS), Mathias Barbosa (MG), Simões Filho (BA) e Jabotão dos Guararapes (PE).
Nesse sentido, a fabricante também anunciou que terá dois novos hubs (locais de armazenagem) no País, em Belém (PA) e Salvador (BA) e outros três no exterior – na Colômbia, México e Chile. No mais, ampliará as fabricas de Cajamar e Benevides.
Rastreabilidade
Neste novo planejamento da empresa, todo o serviço de transporte começa a ser reastreado até o fim deste ano. Ferreira detalhou que, em um primeiro momento, isso será feito por meio do call center e, posteriormente, pela Internet.
A fabricante de cosméticos também desenha um plano para colocar em pratica a logística reversa, a partir do próximo ano. Com tudo isso, espera alcançar “uma integração maior com os fornecedores e elevar o padrão de excelência que norteia a logística”, comentou o executivo.
Ele não mencionou quanto o novo plano exigirá em investimentos. Apenas ressaltou que neste ano, a companhia como um todo aplica R$ 250 milhões em seus negócios e espera um crescimento da ordem de 20%; a receita chegou a R$ 4,2 bilhões em 2009.
Um dos pontos estratégicos da Natura para melhorar a logística e reduzir o tempo de entrega de seus produtos até o consumidor final será o investimento em e-commerce. Embora não quisesse dar muitos detalhes, Ferreira mencionou que a empresa está investindo forte em uma plataforma para alavancar o serviço por meio da Internet e disse que o meio digital vai ser uma forma de estreitar o relacionamento com os clientes.
Dentro da principal proposta – que é crescer com sustentabilidade, a Natura apresentou há quatro anos a premissa de reduzir suas emissões de carbono em 33% em cinco anos (de 2007 a 2011). Ferreira afirmou que metade desse objetivo já foi alcançado; a redução atualmente é de 16%, aproximadamente. Segundo ele, o novo planejamento em transporte e logística reduzirá em 25% a redução de CO2 da empresa, elevando o índice geral.

Fonte: WebTranspo

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