GARGALOS DE INFRAESTRUTURA AMEAÇAM CRESCIMENTO

Segundo estimativas do governo, o Brasil deve crescer 5,5 % em 2010. Esse patamar configura um cresimento sustentável da economia, ao contrário do valor de 7%, rechaçado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como um limite em que se detecta superaquecimento. Entretanto, o país ainda precisa aumentar os investimentos em infraestrutura a fim de sanar gargalos que ameaçam e impedem o Estado de atingir o desenvolvimento que os analistas financeiros prevêem como seguro.
Estudos diversos indicam que o país pode esbarrar nos problemas de infraestrutura num futuro bem próximo, o que pode frear o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), já comparado ao da China, que ultrapassa a casa dos 7,5% ao ano. Segundo análise do banco de investimentos Morgan Stanley, em relatório de 64 páginas, o Brasil precisa dobrar o aporte em infraestrutura, uma vez que o volume aplicado no setor caiu de 5,4 % do PIB, nos anos 70, para apenas 2,1%, atualmente.
No entanto, segundo o Morgan Stanley, o país acena com os primeiros sinais de preocupação, e consequente aceleração do investimento em infraestrutura. Tal sintoma se expressa pelos números do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que estima aplicar R$ 274 bilhões no setor, no período entre 2010 e 2013. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em declaração consonante com a avaliação do Morgan Stanley, elegeu os gargalos da economia como os vilões a serem combatidos a curto prazo. Com isso, o país, segundo Meirelles, poderá aumentar sua produtividade.
Na mesma linha, projeções da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) dão conta de que o país precisa de cerca de R$ 168 bilhões anuais, nos próximos cinco exercícios, para acabar com os gargalos da economia. De acordo com a Abdib, dentre os setores de Energia, Saneamento, Transportes e logística, Telecomunicações e Petróleo e Gás, o último é o que necessita de maior volume de investimentos: R$ 78,6 bilhões. O valor se deve à infraestrutura exigida para suportar o desenvolvimento dessa área, graças, principalmente, ao advento do pré-sal.
Portos, aeroportos e rodovias
O setor de Transportes e Logística é um dos que mais clama por investimentos, R$ 25,2 bi, segundo a Abdib. Com relação aos portos, o problema enfrentado é a burocracia que impede melhoras na estrutura e aparelhos. Os aeroportos, cujo número de passageiros por quilômetro voado aumentou 32,2% no primeiro quadrimestre de 2010, carecem de ampliações e modernização. O terminal de Curitiba, por exemplo, fecha no inverno por não ter um equipamento para operação com pouca visibilidade. Já as rodovias, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), necessitam de R$ 183,5 bilhões. Por isso, essas três áreas precisam de aportes financeiros pesados para que suportem a demanda interna de produção, caso o país mantenha a expectativa de crescimento constante do PIB.

Fonte: Nicomex Notícias e ANTF

0 comentários:

Postar um comentário