Anfavea: vendas de veículos em novembro reduzem estoques

O crescimento de 14,6% nas vendas de veículos no mercado interno em novembro, comparativamente a outubro, ajudou a reduzir os estoques do setor automobilístico. De acordo com dados divulgados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o estoque médio da indústria caiu para 12 dias em novembro ante 14 em outubro. Nas concessionárias o estoque caiu para 23 dias ante 26 em outubro. No total o estoque caiu para 35 dias, o que representa 373.573 unidades, ante 40 dias em outubro e 374.342 unidades.
De acordo com o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, os estoques estão em um nível normal. "Se nós considerarmos que a maior parte dos países trabalha com 60 dias de estoque estamos com um nível bastante coerente e adaptado à realidade", afirmou. Ele lembrou também que a maioria das montadoras entrará em férias coletivas depois do Natal e algumas permanecerão fechadas na primeira quinzena de janeiro. "Enquanto a Europa para em agosto nós paramos nos primeiros quinze dias de janeiro, que acaba sendo um período de ajuste de estoques também. Além disso, o mês de janeiro é mais fraco em vendas", disse.
Medidas macroprudenciais
Belini atribuiu o crescimento das vendas em novembro à flexibilização das medidas macroprudenciais e à redução dos juros. "O mês de novembro foi uma grande surpresa para nós", afirmou. Na avaliação dele, estes fatores, associados à maior disponibilidade de crédito e ao aumento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados, deve contribuir para o aumento das vendas do setor no mercado interno em 2012. "Acreditamos que a indústria brasileira vai ter uma maior participação nas vendas. Em consequência do maior nível de nacionalização, o setor de autopeças deverá contribuir mais também", disse. "Eu entendo, daqui para a frente, que essas medidas vão corroborar para que a indústria crie um novo vigor."
Belini disse ainda que a Anfavea projeta que o mercado brasileiro atinja vendas de 6 milhões de unidades em 2020, o que fará com que o Brasil figure entre os três principais produtores mundiais de veículos. "É por isso que todas as montadoras já instaladas no País estão investindo e novos players também querem entrar e participar deste mercado." Segundo ele, até 2015 as montadoras já instaladas no País devem investir US$ 22 bilhões. De acordo com o presidente da entidade, a projeção da Anfavea para crescimento das vendas em 2012 considera apenas o mercado interno, uma vez que as exportações devem cair comparativamente a este ano. Belini afirma que o País precisa equacionar o problema de competitividade.
Ele reconheceu, porém, que a valorização do câmbio tem prejudicado as vendas externas. "Realmente o câmbio não está ajudando. No patamar de R$ 1,80 já deu um respiro, mas não é satisfatório", disse ele, sem citar qual é o patamar considerado adequado para o setor. Os principais mercados para os quais o Brasil deve exportar veículos em 2012 são Argentina, Chile, México e Colômbia. "Mas nós acreditamos que o mercado interno será determinante para manter o vigor do setor e da economia brasileira."

Fonte: Portal O Diário

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