Diadema almeja atrair setor ferroviário

Concentrador de muitas empresas de autopeças, o jovem município de Diadema (com apenas 50 anos de existência), localizado no ABC paulista, tem planos audaciosos: fazer com que as unidades fabris instaladas na cidade ampliem o leque de produtos e assim possam atender áreas em crescimento no País.
“A indústria automobilística não pode ser mais a prioridade. Claro que sempre será um carro chefe para nossa economia, mas acreditamos que as empresas aqui instaladas podem se adequar para atender outros nichos de mercado, como o setor ferroviário”, afirma o prefeito Mario Reali.
E prossegue: “temos que aproveitar as oportunidades que os investimentos realizados pelo governo federal podem trazer para o município. Por isso, queremos direcionar parte da produção das nossas indústrias para atender estes projetos”.
Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), também acredita neste potencial. “O ABCD tem tudo o que é necessário para suprir a demanda por componentes do setor ferroviário”, garante.
Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) afirma que assim como as empresas com tradição no setor rodoviário (como a Randon, por exemplo) puderam ingressar no mercado ferroviário, Diadema pode adequar suas fábricas para fazer o mesmo.
Segundo o líder do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, a cidade e toda região tem condições para encarar este desafio. “Temos mão de obra qualificada, tradição na metalurgia e por isso possuímos condições para atender a demanda dos projetos ferroviários”.
Para tornar este projeto em realidade, a prefeitura já tem estreitado suas relações com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Paulo Castor de Castro, gerente do Departamento de Indústria Pesada da Instituição, garante que o banco quer ajudar a cidade a crescer.
“Estamos à disposição dos empresários de Diadema para ajudar na empreitada de tornar o município em um pólo fornecedor de componentes para importantes projetos para o Brasil”, afirmou.
“Indústria Flex”
Mas quem pensa que a cidade está de olho somente nos projetos que prometem colocar o Brasil nos trilhos, engana-se. O prefeito da cidade garante que tem como meta tornar as empresas de Diadema em uma “indústria flex”.
Fazendo reverência aos veículos que podem circular com dois tipos de combustível, o governante afirma que a cidade está atenta às possibilidades que o setor naval tem a oferecer.
“A exploração do pré-sal vai exigir tecnologias inovadoras e nosso pátio fabril tem condições de produzir estas soluções. Além disso, nossa expertise em autopeças pode nos auxiliar para atender a carência por navipeças no País”, aponta.
E concluí: “diversificar a indústria trará muitos ganhos para as cidades do ABC e também para o Estado. É uma oportunidade que está aí, é real. Agora temos que nos articular para que os planos saiam do papel para não perdermos o bonde”.

Fonte: WebTranspo

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