Chineses planejam investir na Ferrosul

Após a CNR Corporation manifestar a intenção de participar do projeto Ferrosul, é a vez da China Railway Construction Corporation Limited (CRCC), também ligada ao governo chinês, mostrar interesse em executar o traçado que deverá integrar os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O projeto Ferrosul visa estender a rede férrea da estatal paranaense Ferroeste até o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
A CRCC disputa igualmente o direito de construir o trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo e participará da licitação da Ferrovia Leste-Oeste na Bahia.
Na próxima semana, uma comitiva liderada por Orlando Pessuti, governador do Paraná, e que conta com Mário César Stamm Junior, secretário de transportes do estado, além de executivos da Valec Engenharia, viaja para a China em nova etapa de negociações.
De acordo com Samuel Gomes, presidente da Ferroeste, que deverá ter o nome mudado para Ferrosul, a aproximação com a China é uma grande oportunidade de negócios, sobretudo na área tecnológica de construção e operação de ferrovias sob controle público.
"Já temos uma conversa de alguns meses com a China e estamos recebendo técnicos chineses que estão viajando por alguns trechos", diz Gomes.
Segundo o presidente da Ferroeste, os chineses poderiam entrar no projeto, inclusive, como um dos agentes financiadores. "Nesse momento estamos conversando com um banco americano, o governo chinês e empresas chinesas", afirma Gomes.
"O governo federal pode estruturar a entrada de fundos de pensão", complementa.
Somando o atual traçado da Ferroeste, que compreende os 248 quilômetros de linha férrea entre Guarapuava e Cascavel, no Paraná, e a expansão futura com a Ferrosul, o total de novas linhas chegará a 2,595 quilômetros.
Para realizar a ampliação e criar a Ferrosul, projeto aprovado por unanimidade pela Assembléia Legislativa, a Ferroeste aguarda ainda a sanção do governador do Paraná. A extensão está orçada em R$ 5 bilhões dos quais a empresa afirma possuir garantias de algo próximo a R$ 2 bilhões.
Com a cabeça no futuro a Ferroeste já inicia um processo de modernização de sua frota de locomotivas e passará a contar também com 500 novos vagões.
As novas locomotivas de 3 mil HP (horse power) substituirão as atuais de 1,6 mil HP, herdadas da empresa privada que operava a linha antes da sua retomada pelo estado, fabricadas na década de 1950 e tecnologicamente defasadas.
As novas locomotivas formarão trens maiores, aumentando a produção, e reduzirão o consumo de diesel em mais de 40%, gerando uma economia para a Ferroeste de mais de R$ 3 milhões por ano.

Fonte: Intelog

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