Resíduos do McDonald´s viram biodiesel

O resíduo de três milhões de litros de óleo utilizados todos os anos pelo McDonald´s terá um destino diferente a partir de agora. Nesta terça-feira, 8, a marca Arcos Dourados, dona do restaurante na América Latina, a Martin-Brower e empresas do setor automotivo apresentaram um projeto para a produção de biodiesel.
Ainda em fase de testes, o projeto – que funciona em sistema de logística reversa – foi desenvolvido para que os caminhões que abastecem os restaurantes da marca no território nacional sejam movidos a biodiesel produzido de maneira inédita no País.
Ao entregar produtos, os veículos da Martin-Brower recolhem o óleo de cozinha, que posteriormente é encaminhado à usina da SP Bio, empresa responsável pelo processo de transformação da matéria-prima em biodiesel.
Após três anos de testes, o projeto, que está em fase de reconhecimento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), envolve 20 lojas do McDonald´s e cinco caminhões da MAN Latin America. Cada loja fornece sete galões com 20 litros de resíduos por semana.
Quatro modelos rodam com a mistura B20 e um com o B100. Segundo a empresa, há uma expectativa de estender o programa para toda a cadeia que comporta 570 restaurantes.
Nova usina
Por enquanto, toda a produção é feita nas instalações da SP Bio, em Sumaré (SP), que possui capacidade para produzir até dois milhões de litros por ano, mas os idealizadores estudam a construção de uma usina própria no País, ainda sem data e local definidos.
Além das vantagens ambientais obtidas, como redução de 26% das emissões de gases poluentes na atmosfera, a produção própria pode reduzir aproximadamente 40% da necessidade de compra de diesel para abastecer os caminhões.
Segundo a SP Bio, cada 2,5 litros de óleo geram um litro de biodiesel. “Com o baixo custo da produção, o nosso biocombustível será mais barato do que o adquirido nas bombas”, declarou Tupa Gomes diretor-geral da Martin-Brower.
Para o executivo, outro benefício do projeto é que a sua essência não compromete a cadeia de alimentos. “Outros tipos de biodiesel causam problemas de questões agrícolas por terem como matéria-prima alimentos. O nosso não, utilizamos apenas o óleo de cozinha que seria descartado”, observa Gomes.
De acordo com as empresas, o programa já produziu 61 mil litros de biodiesel - 59 mil de B20 e dois mil de B100. Com relação a investimentos, Ricardo Neuding, diretor da ATA, empresa que coordenou a consultoria técnica, afirmou que foram “pulverizados” entre as companhias participantes, o que impede a definição de um valor total.
Shell, Thermo King, Tietê Caminhões e Ônibus, MWM International, Cummins e Tek Diesel completam a lista de empresas que participam do programa de biodiesel.

Fonte: WebTranspo

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