Mineroduto integrado a porto ajuda na logística

As soluções integradas minerodutos-portos ou ferrovias-portos são atualmente os caminhos trilhados pelas grandes mineradoras brasileiras para superar os gargalos logísticos do transporte de minérios visando atender aos consumidores nacionais e internacionais, além de reduzir os custos das operações.

O empreendimento que está em fase de implantação pela Anglo American inclui a construção de um mineroduto de 529 quilômetros. Sai da mina de minério de ferro e unidade de beneficiamento em Conceição de Mato Dentro e Alvorada de Minas, em Minas Gerais, atravessa 32 municípios mineiros e fluminenses, até chegar ao terminal de minério de ferro do Porto de Açu, em São João da Barra (RJ), montado em parceria com Prumo Logística Global, antiga LLX, controlada desde outubro de 2013, pela americana EIG Global Energy Partners.

"Os entraves na infraestrutura logística se tornaram mais críticos nos últimos anos, e a natureza do nosso negócio é tal que se não fosse essa decisão de transportar o minério por meio de um grande mineroduto, um projeto ambicioso como o Minas-Rio, de produção de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro, com o primeiro embarque previsto para o final deste ano, não seria viável", conta Paulo Castellari, presidente da unidade de negócio minério de ferro Brasil da Anglo American.

"É a forma mais barata e econômica de transportar o produto, e também a mais segura e mais confortável. Dá trabalho na parte de construção, porém, depois, é uma maneira simples e responsável sob o aspecto do meio ambiente. Estimamos que o custo de movimentação por tonelada seja de US$ 2, em comparação com US$ 10 por toneladas numa ferrovia", diz o executivo.

O projeto de expansão da Samarco, inaugurado no dia 9 de abril, em Germano (MG), também passa pela construção de um terceiro mineroduto, construído paralelamente a outros dois já existentes. Com 400 quilômetros de extensão, o mineroduto atravessa 25 municípios mineiros e capixabas e tem capacidade para transportar 20 milhões de toneladas de póla de minério de ferro por ano.

A via de escoamento do minério se integra ao Terminal Portuário de Ubu, até agora apto a escoar 23 milhões de toneladas por ano, que foi adaptado e teve sua capacidade de movimentação de carga aumentada para até 33 milhões de toneladas por ano.

Segundo Cristiano Parreira, diretor administrativo do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais, que representa empresas responsáveis por 50% da produção mineral brasileira, a logística de transporte de minério é muito dependente da malha ferroviária. As minas localizadas na região do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais são atendidas pela malha ferroviária da MRS e pela Ferrovia Vitória-Minas.

Para a Baía de Sepetiba (RJ), estão previstos dois grandes investimentos: R$ 4 bilhões no Porto Sudeste do Brasil, em Itaguaí, que terá capacidade inicial de embarque de sete milhões de toneladas de minério de ferro este ano, podendo chegar a 50 milhões de toneladas em 2016, e de R$ 2 bilhões no Porto de Itaguaí, no mesmo município, para aumentar sua capacidade para 45 milhões de toneladas de minério de ferro.

Os investimentos na melhoria dos portos brasileiros são fundamentais para a melhoria da movimentação atual e futura de minério de ferro nos portos brasileiros, avalia Antonio Henrique Pereira Silveira, ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos. Em 2013, segundo ele, o complexo portuário nacional movimentou 931 milhões de toneladas de carga bruta, 2,9% maior que 2012.

A estimativa da SEP é que com o novo contexto regulatório, marcado pelo incentivo de oferta de instalações e infraestrutura portuária, o investimento em portos públicos e terminais de uso privado voltados à movimentação de minérios alcance R$ 12,6 bilhões até 2019. No Ministério dos Transportes, a previsão é que as obras com investimentos diretos do governo em ferrovias contemplem recursos da ordem de R$ 11,7 bilhões até dezembro de 2015.

Fonte: Portal NTC & Logística


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