Leilão do trem-bala é adiado por um ano

O ministro dos Transportes, César Borges, anunciou nesta segunda-feira o adiamento do trem-bala, que vai ligar Rio-SP e Campinas, por pelo menos um ano. O prazo para a entrega das propostas terminaria na sexta-feira. Segundo o ministro, o governo decidiu adiar o projeto porque apenas um grupo, o francês Alstom, deixou claro que participaria da disputa e outros potenciais interessados, o espanhol Renfe e o alemão Siemens, pediram mais tempo para formar os consórcios. Borges admitiu que a decisão de tocar o empreendimento em agosto de 2014 dependerá de avaliação política, diante da proximidade das eleições.
O leilão do trem-bala estava marcado para o dia 19 de setembro. Este é o terceiro adiamento da licitação do projeto; em 2010, o governo tentou fazer o leilão, mas não houve interessados. Borges deixou claro, porém, que o governo mantém o interesse no projeto e que os estudos sobre a construção da infraestrutura necessária continuarão sendo realizados pela EPL. Nessa primeira fase, seriam escolhidos o fornecedor da tecnologia e o operador do trem.
Na semana passada, o presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo, defendeu que caso o governo decidisse adiar o leilão, estendesse o prazo em até 90 dias. Nesta segunda-feira, Figueiredo disse que o governo brasileiro decidiu atender a alemã Siemens, que pediu o prazo de um ano. Ele informou que a estatal espanhola, Renfe, teria se comprometido a participar da disputa, desde que houvesse a licitação fosse prorrogada por dois meses. No dia 19 de setembro, somente estava garantida a participação da francesa Alstom.
— Se era para adiar, é melhor atender a todo mundo — disse Figueiredo.
Apesar do adiamento, ele assegurou que o cronograma do trem-bala está mantido e que a EPL vai continuar trabalhando para licitar as obras de infraestrutura no primeiro semestre de 2015. O governo, segundo ele, quer o trem rodando em 2020.
Figueiredo disse ainda que as denúncias de cartel, envolvendo as empresas do setor ferroviário, inclusive potencias interessados no trem-bala, reforça a decisão do adiamento, no sentido de dar maior competitividade à disputa.

Fonte: O Globo

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