A greve de servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) provoca um atraso de aproximadamente R$ 1 bilhão no
pagamento a empreiteiras responsáveis por obras em rodovias federais. O
atraso gera profundo mal-estar nas construtoras, que não podem paralisar
seus trabalhos nas estradas, sob risco de receber multas e punições
contratuais.
Sem a medição dos serviços executados, o pagamento do Dnit não pode ser
liberado. Até a semana passada, segundo levantamento da Associação
Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), as pendências já
somavam R$ 846 milhões. Nos últimos dias, o montante teria subido para
cerca de R$ 1 bilhão.
Representantes das empreiteiras procuravam uma solução para o problema
com os ministérios do Planejamento e dos Transportes. A greve no Dnit
começou no dia 25 de junho e ainda não tem perspectiva de acabar. Metade
do contingente da autarquia está trabalhando, conforme determinação do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas os próprios servidores afirmam
que as tarefas têm sido cumpridas em velocidade abaixo da habitual.
Segundo fontes das construtoras, em muitos casos é inviável parar as
obras, porque custaria mais caro afastar trabalhadores e levar máquinas
pesadas para longe dos canteiros. Em algumas situações, no entanto,
empresas menores estão ficando descapitalizadas com o atraso nos
pagamentos e veem comprometido seu fluxo de caixa para dar continuidade
às obras. Trata-se de serviços como pavimentação, duplicação e
manutenção de estradas.
A greve pode comprometer o cronograma de obras ainda não iniciadas. Uma
delas é a adequação da BR-381, em Minas Gerais, que terá 303
quilômetros duplicados, ou com novas faixas de rolamento. O Dnit ainda
precisa homologar a licitação das obras, que foi estimada em R$ 2,3
bilhões, e teme-se que a falta de pessoal venha a atrapalhar a conclusão
da análise de propostas.
Os pregões eletrônicos continuam a ser feitos, mas concorrências com
propostas presenciais foram adiadas. A paralisia também afeta a
assinatura de ordem de serviço de obras já licitadas, como a duplicação
da BR-470, em Santa Catarina, intervenção considerada prioritária na
malha rodoviária federal e que consta do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC).
Os servidores em greve reclamam que desde 2009 não têm reajustes
salariais e se queixam da oferta de 15,8% feita pelo governo. Eles pedem
o enquadramento das funções do Dnit como carreiras estratégicas de
Estado e negociam equiparação com os cargos das agências reguladoras.
Fonte: Portal Logweb
Greve paralisa Dnit e provoca atraso em pagamento de construtoras de rodovias
Postado por
EQUIPE INFOLOGIS
/ terça-feira, julho 23, 2013 /
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