Em alguns dias, um terreno vazio se transforma em um parque de diversões, com brinquedos de todos os tipos e os tamanhos. Para levar a grande quantidade de equipamentos de uma cidade para outra, os funcionários desmontam e organizam rodas gigantes e carrinhos de montanha russa para evitar possíveis danos durante a viagem.
Muitos equipamentos são fabricados sobre a carreta que os carregará, sendo montados e desmontados por meio de pistões hidráulicos. "A montanha russa de looping é, em parte, sobre carreta. Em uma fica a base principal, os carrinhos viajam ali, engatados em um trilho, outra é a plataforma de embarque, são as carretas estruturais. As outras três carretas carregam os trilhos e os cavaletes", explica a vice-presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra) e diretora do Moreno’s Park e do Yupie! Park, Vanessa Costa.
Durante o deslocamento, muitas vezes os caminhões são parados pela fiscalização e, em algumas delas, é difícil explicar como os equipamentos estão dispostos no veículo. Vanessa conta sobre o dia em que a carreta onde fica o jogo de espelhos do brinquedo Monga, que transforma uma mulher em um macaco, por meio de ilusão de óptica, ora refletindo a atriz, ora refletindo a pessoa fantasiada de Monga, foi parado pela polícia. O policial exigia a licença para o transporte do suposto macaco. "Depois de muito custo ele compreendeu que não tinha nenhum macaco", conta a diretora do parque.
A roda gigante e o carrossel também são exemplos de brinquedos fabricados sobre carretas. Os cavalinhos são colocados separadamente em um raque, para não sofrerem arranhões, então, a base do carrossel, no centro, com o motor, se fecha e, depois, é engatada ao caminhão. Conforme os brinquedos são desmontados, vão seguindo viagem em grupos de dois ou três, por questão de segurança. "A gente vai desmontando os brinquedos mais trabalhosos, que demoram mais, eles vão primeiro para poder montar no novo lugar. Depois os outros vão sendo desmontados", diz Vanessa. O processo acontece em um período de 10 a 15 dias, dependendo da distância.
Equipamentos que não são fabricados sobre carreta são colocados com guindastes sobre os caminhões. Partes de alguns brinquedos, como carrinhos e jipes são transportados em engradados de ferro para proteção. Já as bilheterias são instaladas em ônibus ou são desmontáveis. Em cada caminhão, viajam duas pessoas, o responsável pelo brinquedo, chamado de líder, e o motorista. Para o transporte do restante dos funcionários, são locados ônibus ou vans.
Além do processo de desmontagem e montagem, há outra preocupação referente ao peso da carreta. O brinquedo The King, fabricado na Itália, por exemplo, pesa 54 toneladas, nove a mais que o permitido pela legislação brasileira para trafegar nas rodovias. "Temos que ter uma licença por trecho", explica Vanessa. Após a importação do equipamento, ele chegou ao País por meio de navio, partindo de Gênova para chegar ao Porto de Santos.
Fonte: http://transporteelogistica.terra.com.br
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