O Brasil vai precisar de 106 novos terminais portuários para atender o
transporte de cargas para importação, exportação e cabotagem (transporte
entre portos do país) previsto para 2031.
O diagnóstico consta de um estudo encomendado pelo BNDES a um consórcio
de consultorias liderado pela Booz&Company para orientar o
desenvolvimento de políticas públicas para o setor. O governo, porém,
tem planos para 42 novos terminais.
De acordo com o estudo, em 2031 o movimento de cargas no país será 2,4
vezes maior que o atual, de cerca de 903 milhões de toneladas.
A necessidade diagnosticada no estudo considerou as projeções do aumento
de movimentação de cargas, a logística entre os locais de produção e
transporte marítimo e a oferta dos serviços em regiões em
desenvolvimento, como o Norte e o Nordeste.
Foi constatado ainda que a falta de planejamento encarece o serviço,
gera filas de navios para atracagem em alguns portos e ociosidade em
outros. Dos 40 portos públicos, quatro deles (Santos, Vitória, Itaqui e
Itaguaí) respondem por 53% do tráfego.
Segundo o estudo, serão necessários 19 terminais para movimentação de
contêineres, 13 para minério de ferro, 8 para grãos agrícolas, 4 para
açúcar, 3 para fertilizantes e 8 para veículos. O restante é para o
transporte de outras cargas.
Atualmente, cerca de 60% da movimentação dos portos brasileiros diz
respeito a granéis, como minério de ferro e soja. A cabotagem (navegação
entre portos no próprio país) representa cerca de 23%, em especial
petróleo e derivados.
No porto de Santos, o maior do Brasil, a expectativa de um novo recorde
de movimentação em 2013 (109 milhões de toneladas) considera a entrada
em operação de duas novas instalações.
Em 2012, segundo dados da Codesp (Companhia Docas do Estado de São
Paulo), foram movimentados 104,5 milhões de toneladas --7,6% acima do
volume registrado em 2011-- no porto. A maior parte foi de grãos.
MP DOS PORTOS
O governo aposta na implementação da MP dos Portos, que altera o marco
regulatório do setor, para atender as necessidades apontadas no estudo
do BNDES.
A expectativa é que sejam alavancados investimentos privados da ordem de
R$ 54 bilhões com a medida, afirmou a Secretaria de Portos.
Para o presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais
Portuários), Wilen Mantelli, o novo marco regulatório vai atrair mais
investimentos e dará mais segurança jurídica aos investidores. "Que há a
necessidade de mais terminais, há. Agora tudo depende do marco
regulatório", disse.
Segundo Mantelli, um levantamento feito entre os 85 associados
(administradores de 130 terminais) apontou que a intenção de
investimentos para os próximos dez anos é de R$ 44 bilhões. "Precisamos
de mais terminais e garantia de logística para baixar os custos",
afirmou.
NOVAS ÁREAS
A Secretaria de Portos afirmou que, dos investimentos previstos, "há um
volume importante de recursos voltados para novas áreas nas regiões
Norte e Nordeste".
Entre os locais citados estão os portos de Manaus, Vila do Conde,
Itaqui, Suape e empreendimentos no litoral da Bahia e do Espírito Santo.
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tem 31 obras de
infraestrutura portuária em andamento, incluindo terminais de
passageiros. Os investimentos somam R$ 4,6 bilhões.
Fonte: Folha de São Paulo
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