A intralogística ainda é pouco conhecida entre as grandes empresas brasileiras. Segundo uma pesquisa realizada pela IMAM Feiras e Comércio e pelo IBGE, 41% dos empresários e executivos entrevistados desconheciam o termo e apenas 20% costuma utilizá-lo em seu cotidiano. “A intralogística ainda não é valorizada na sua plenitude, assim como a logística não era no início dos anos 1980”, diz o diretor da Movimat (Feira de Intralogística), Eduardo Banzato.
O mercado da intralogística corresponde às operações internas de uma organização ou empresa ligadas à infraestrutura física, manuseio, embalagem e estocagem de produtos, transporte interno contínuo, lay out, tecnologia e informações, além de algumas atividades administrativas. “A intralogística pode contribuir mais para a redução dos ‘gargalos logísticos’ existentes hoje”, explica Banzato.
Os consultores da IMAM destacam que a participação média das atividades de intralogística no custo operacional das organizações é de 25%; na opinião dos entrevistados, os custos seriam de apenas 16% em média. Tal discrepância se deve à estrutura de custos e cálculos utilizada pelas empresas, já que a maioria não considera muitas atividades de intralogística, que passam despercebidas e são consideradas como despesas de outra natureza.
“A causa desta não observância passa pela formação profissional e, principalmente, o grau de exigência dos profissionais em relação às oportunidades de otimização. O efeito disto se traduz na dificuldade para justificar maiores investimentos em soluções relacionadas à intralogística”, explica Banzato.
A pesquisa foi realizada com 70 empresas, de 14 segmentos distintos nas cinco regiões brasileiras. Foram entrevistados diretores, gerentes e responsáveis pelas áreas de logística, supply chain, industrial e produção de empresas de varejo, atacado, automotiva, petróleo e gás, farmacêuticas, alimentícias, entre outras. O perfil dos entrevistados mostra que a faixa de maior concentração de profissionais da área está entre 31 e 40 anos (37%), e mais de 44% possuem até um ano no cargo.
As entrevistas revelam ainda que 56 das empresas concentram suas atividades logísticas internamente e 44 adotam a terceirização como estratégia de negócio, sendo que destes, quase 30 deixam de seis a 10 de suas atividades logísticas nas mãos dos operadores logísticos. “Os resultados mostram que a terceirização já está disseminada por todo território nacional e se mostra como uma estratégia que continuará a ser adotada pelas organizações na medida das suas necessidades”, comenta Banzato.
Outro dado importante revelado pelo estudo, é que apenas 26% das empresas ouvidas se utilizam de automação nas operações de intralogística. “É ainda uma porcentagem baixa, mas que tende a crescer. Isso mostra como ainda há muita coisa a se fazer no mercado, muito espaço para que as empresas se modernizem e invistam em automação”, acredita Banzato.
Fonte: Global Online
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