O Panamá está em fase de reinvenção. Depois de um mais de um século com o aposto de “ponto de passagem” entre os oceanos Pacífico e Atlântico, o país agora planeja oferecer mais ao mercado global.
Em recente encontro promovido pela Proinvex (Agência de Captação de Investimento e Promoção de Exportações do Panamá), representantes do governo panamenho vieram ao Brasil detalhar suas opções logísticas, financeiras e comerciais no primeiro seminário Panamá Invest 2011, encontro de negócios a ser realizado nas principais capitais do mundo com o objetivo de gerar informações e mostrar as vantagens competitivas e as oportunidades de novos negócios no Panamá. Além do Brasil, o seminário está agendado para o Canadá, o Japão, a Espanha, a Holanda, a Alemanha e o Reino Unido.
“A intenção é a de continuar posicionando o Panamá em mercados potenciais e motivá-los a investir em nosso país e a conhecer os atrativos, as vantagens e os benefícios fiscais proporcionados às empresas que se estabelecerem em território panamenho”, explica o ministro de Comércio e Indústria do Panamá, Roberto Henriquez.
Muito se sabe da estratégica localização do Panamá para o comércio internacional, mas é na questões de estabilidade econômica e atratividade para investimentos estrangeiros diretos que o país pretende fortalecer sua imagem no mercado globalizado.
Mesmo com condições internacionais adversas, a economia do Panamá cresceu 6,7% no ano passado, e o país vem se posicionando como um dos líderes da região em investimentos estrangeiros diretos. Para os próximos cinco anos, o plano estratégico de desenvolvimento do Panamá prevê investimentos importantes em infraestrutura no total de US$ 13,6 bilhões, dos quais US$ 5,25 milhões destinados ao seu projeto de maior destaque: a ampliação do Canal do Panamá.
O país tem singulares oportunidades de investimento estrangeiro. Para se ter ideia, 50% dos ativos do centro financeiro são do exterior. Além dessa estabilidade financeira regulada por um rígido sistema de controle, o Panamá é um dos países mais competitivos da América Latina, listado na 53ª posição no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial de 2010/2011.
De acordo com o superintendente de Bancos do Panamá, Alberto Daimont, a projeção feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para o crescimento da economia panamenha é de 4,7% em 2011 e 4,2% em 2012. “O governo panamenho, mais otimista, aposta em 7,5% em 2011 e 7% em 2012. A previsão deve ser acertada, já que apenas no primeiro trimestre deste ano a economia panamenha cresceu 9,7%”, afirmou. Entretanto, a inflação bate à porta dos panamenhos, com 5% projetados para 2011. De acordo com o governo local, porém, não há motivos de preocupação, já que os índices estão dentro do esperado para a região.
Fatores de propulsão
Na cartilha de desenvolvimento do Panamá, a ênfase está no investimento. A promissora fase do país é impulsionada pelos diversos projetos em infraestrutura em curso no país. O governo investiu quase US$ 2 bilhões em 2010 e deve manter neste ano a trajetória ascendente, com aumento de 55,3% no primeiro trimestre (US$ 647,2 bilhões) em comparação com o mesmo período de 2010 (US$ 416,7 bilhões).
Cautelosos, os panamenhos não permitiram que a onda de investimentos comprometesse a saúde econômica do País, que mantém a relação entre endividamento e PIB estacionada em 43,1% (2010).
O Panamá investiu também em diplomacia e acertou 13 tratados para evitar a bitributação, além de acordos de livre comércio com toda a América Central e ainda Chile, Trinidad & Tobago, Caricon, Estados Unidos (em fase de ratificação) e Canadá. Atualmente, o país estuda a formação de um acordo comercial com a União Europeia.
Equilíbrio vantajoso
Na visão do ministro da Economia e Finanças do Panamá, Alberto Vallarino Clément, a grande vantagem panamenha está no fato de que nenhuma atividade supera 19% do PIB. Mesmo o Canal do Panamá, a estrutura mais comumente associada ao país em termos de atividade, representa apenas 9%. “Isso significa que somos uma economia extremamente diversificada. Esta é a nossa força”, afirma.
Os Estados Unidos, a China e o Japão figuram como os principais usuários do Canal, que também tem a diversidade como regra. “Não dependemos de uma rota em particular, o que nos protege contra choques externos. Quando o negócio com contêineres ficou muito deprimido em 2008/2009, superamos o problema com o aumento da operação com granéis”.
Clément é contundente ao afirmar que os motores de crescimento da economia panamenha são a logística, o turismo, a agricultura para exportação e os serviços financeiros – setores para os quais está dirigido o plano de investimento do governo.
Obra grandiosa
Uma das mais grandiosas obras em curso no mundo, a ampliação do quase centenário Canal do Panamá ditará uma nova dinâmica ao transporte marítimo de carga e – por que não? – ao comércio internacional.
Além das obras de ampliação, o projeto de modernização logística do país prevê a criação do Ferrocarril Interoceânico, um hub marítimo com portos no Pacífico e no Atlântico e uma plataforma internacional de transporte aéreo para cargas e passageiros. Esse projeto deve expandir a posição geográfica do país, criando um hub natural de acessos a mercados de mais de 3,5 bilhões de pessoas.
Segundo as expectativas, a partir de 2014 as empresas de navegação terão condições de operar com linhas de navios de maior tonelagem, já que atualmente o Canal está restrito, no caso de contêineres, a embarcações de 4.600 TEU. Essa capacidade aumentará em mais de duas vezes. O Canal poderá receber navios de até 360 metros de comprimento e transportar, ao largo, 19 fileiras de contêineres.
Tal ampliação deve contribuir com mais de US$ 5 bilhões até 2025. “O governo desenvolveu um fundo soberano para usar com prudência os recursos que virão dos projetos de infraestrutura”, comenta o ministro Clément.
Ampliado, o Canal possibilitará uma logística de transporte mais barata, pela possibilidade de fretes menores no trade entre a Ásia e a costa leste dos Estados Unidos. “A ideia é expandir o volume de carga transportado. Os navios de 12 mil TEU poderão usar o Canal, o que significa 250 mil toneladas de capacidade. Essa opção deve reforçar a posição do país como hub de distribuição”, diz o ministro.
O Panamá também tem planos de transformar-se em um centro para as indústrias que terceirizaram sua produção em outros países e que agora estão em busca de custos operacionais e logísticos mais enxutos. Hoje, 51 empresas multinacionais têm no Panamá suas bases regionais, e o governo local pretende consolidar essa visão do país como entreposto industrial. O calcanhar de aquiles panamenho, entretanto, está na falta de mão de obra especializada. “Apenas o Canal demandará 2 mil profissionais”, alerta o ministro. Programas de anistia para imigrantes ilegais são alternativas colocadas em prática como paliativo para o problema.
Atratividade única
O país aposta no que considera uma vantagem única em termos logísticos: sua dupla conectividade aérea e marítima, reforçada pela nova realidade que se definirá com a expansão do Canal e com os investimentos que estão sendo feitos nos modais ferroviário e aéreo e na modernização da Zona Libre de Colón.
Primeira da América Latina, a Zona Libre de Colón pode ser um indicativo do grau de atratividade do país como parceiro comercial para triangulações com outros mercados. São permitidas as seguintes atividades no local: exportação, reexportação, importação, manufatura, venda, comercialização/distribuição, transformação de mercadorias e demais operações de zonas livres de comércio internacional. Em 2010, a movimentação chegou a US$ 21,6 trilhões, concentrando 2.960 empresas dos mais variados países.
Efeito dominó
O vice-ministro de Comércio Exterior, Jose Domingos Arias, explica que a expansão do Canal terá um efeito importante nos portos nacionais, que se transformarão em centros de transbordo para atender a sistemas feeder. “O sistema portuário local é novo, com apenas 12 anos, e adotamos a estratégia de chamar os melhores operadores portuários mundiais para comandar a operação local. Evergreen, Hutchinson e PSA são alguns dos operadores que comandam os portos locais”. Bem equipados, os terminais panamenhos têm à disposição 29% de toda a oferta de pórticos da América Latina.
Adicionalmente, o governo local investe na expansão do modal ferroviário, que conectará em menos de quatro horas os portos no Pacífico com os do Atlântico, e também na construção de um aeroporto.
Arias festeja a inédita disposição do governo de investir em todos os aspectos da logística. “Teremos um cluster logístico com ferrovia, aeroporto e portos, além da zona franca, fazendo do Panamá um centro multimodal de grande eficiência e competitividade”.
Vejam o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=T92C6tDEppw
Acessem: http://proinvex.mici.gob.pa/
Fonte: Global Online
Em recente encontro promovido pela Proinvex (Agência de Captação de Investimento e Promoção de Exportações do Panamá), representantes do governo panamenho vieram ao Brasil detalhar suas opções logísticas, financeiras e comerciais no primeiro seminário Panamá Invest 2011, encontro de negócios a ser realizado nas principais capitais do mundo com o objetivo de gerar informações e mostrar as vantagens competitivas e as oportunidades de novos negócios no Panamá. Além do Brasil, o seminário está agendado para o Canadá, o Japão, a Espanha, a Holanda, a Alemanha e o Reino Unido.
“A intenção é a de continuar posicionando o Panamá em mercados potenciais e motivá-los a investir em nosso país e a conhecer os atrativos, as vantagens e os benefícios fiscais proporcionados às empresas que se estabelecerem em território panamenho”, explica o ministro de Comércio e Indústria do Panamá, Roberto Henriquez.
Muito se sabe da estratégica localização do Panamá para o comércio internacional, mas é na questões de estabilidade econômica e atratividade para investimentos estrangeiros diretos que o país pretende fortalecer sua imagem no mercado globalizado.
Mesmo com condições internacionais adversas, a economia do Panamá cresceu 6,7% no ano passado, e o país vem se posicionando como um dos líderes da região em investimentos estrangeiros diretos. Para os próximos cinco anos, o plano estratégico de desenvolvimento do Panamá prevê investimentos importantes em infraestrutura no total de US$ 13,6 bilhões, dos quais US$ 5,25 milhões destinados ao seu projeto de maior destaque: a ampliação do Canal do Panamá.
O país tem singulares oportunidades de investimento estrangeiro. Para se ter ideia, 50% dos ativos do centro financeiro são do exterior. Além dessa estabilidade financeira regulada por um rígido sistema de controle, o Panamá é um dos países mais competitivos da América Latina, listado na 53ª posição no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial de 2010/2011.
De acordo com o superintendente de Bancos do Panamá, Alberto Daimont, a projeção feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para o crescimento da economia panamenha é de 4,7% em 2011 e 4,2% em 2012. “O governo panamenho, mais otimista, aposta em 7,5% em 2011 e 7% em 2012. A previsão deve ser acertada, já que apenas no primeiro trimestre deste ano a economia panamenha cresceu 9,7%”, afirmou. Entretanto, a inflação bate à porta dos panamenhos, com 5% projetados para 2011. De acordo com o governo local, porém, não há motivos de preocupação, já que os índices estão dentro do esperado para a região.
Fatores de propulsão
Na cartilha de desenvolvimento do Panamá, a ênfase está no investimento. A promissora fase do país é impulsionada pelos diversos projetos em infraestrutura em curso no país. O governo investiu quase US$ 2 bilhões em 2010 e deve manter neste ano a trajetória ascendente, com aumento de 55,3% no primeiro trimestre (US$ 647,2 bilhões) em comparação com o mesmo período de 2010 (US$ 416,7 bilhões).
Cautelosos, os panamenhos não permitiram que a onda de investimentos comprometesse a saúde econômica do País, que mantém a relação entre endividamento e PIB estacionada em 43,1% (2010).
O Panamá investiu também em diplomacia e acertou 13 tratados para evitar a bitributação, além de acordos de livre comércio com toda a América Central e ainda Chile, Trinidad & Tobago, Caricon, Estados Unidos (em fase de ratificação) e Canadá. Atualmente, o país estuda a formação de um acordo comercial com a União Europeia.
Equilíbrio vantajoso
Na visão do ministro da Economia e Finanças do Panamá, Alberto Vallarino Clément, a grande vantagem panamenha está no fato de que nenhuma atividade supera 19% do PIB. Mesmo o Canal do Panamá, a estrutura mais comumente associada ao país em termos de atividade, representa apenas 9%. “Isso significa que somos uma economia extremamente diversificada. Esta é a nossa força”, afirma.
Os Estados Unidos, a China e o Japão figuram como os principais usuários do Canal, que também tem a diversidade como regra. “Não dependemos de uma rota em particular, o que nos protege contra choques externos. Quando o negócio com contêineres ficou muito deprimido em 2008/2009, superamos o problema com o aumento da operação com granéis”.
Clément é contundente ao afirmar que os motores de crescimento da economia panamenha são a logística, o turismo, a agricultura para exportação e os serviços financeiros – setores para os quais está dirigido o plano de investimento do governo.
Obra grandiosa
Uma das mais grandiosas obras em curso no mundo, a ampliação do quase centenário Canal do Panamá ditará uma nova dinâmica ao transporte marítimo de carga e – por que não? – ao comércio internacional.
Além das obras de ampliação, o projeto de modernização logística do país prevê a criação do Ferrocarril Interoceânico, um hub marítimo com portos no Pacífico e no Atlântico e uma plataforma internacional de transporte aéreo para cargas e passageiros. Esse projeto deve expandir a posição geográfica do país, criando um hub natural de acessos a mercados de mais de 3,5 bilhões de pessoas.
Segundo as expectativas, a partir de 2014 as empresas de navegação terão condições de operar com linhas de navios de maior tonelagem, já que atualmente o Canal está restrito, no caso de contêineres, a embarcações de 4.600 TEU. Essa capacidade aumentará em mais de duas vezes. O Canal poderá receber navios de até 360 metros de comprimento e transportar, ao largo, 19 fileiras de contêineres.
Tal ampliação deve contribuir com mais de US$ 5 bilhões até 2025. “O governo desenvolveu um fundo soberano para usar com prudência os recursos que virão dos projetos de infraestrutura”, comenta o ministro Clément.
Ampliado, o Canal possibilitará uma logística de transporte mais barata, pela possibilidade de fretes menores no trade entre a Ásia e a costa leste dos Estados Unidos. “A ideia é expandir o volume de carga transportado. Os navios de 12 mil TEU poderão usar o Canal, o que significa 250 mil toneladas de capacidade. Essa opção deve reforçar a posição do país como hub de distribuição”, diz o ministro.
O Panamá também tem planos de transformar-se em um centro para as indústrias que terceirizaram sua produção em outros países e que agora estão em busca de custos operacionais e logísticos mais enxutos. Hoje, 51 empresas multinacionais têm no Panamá suas bases regionais, e o governo local pretende consolidar essa visão do país como entreposto industrial. O calcanhar de aquiles panamenho, entretanto, está na falta de mão de obra especializada. “Apenas o Canal demandará 2 mil profissionais”, alerta o ministro. Programas de anistia para imigrantes ilegais são alternativas colocadas em prática como paliativo para o problema.
Atratividade única
O país aposta no que considera uma vantagem única em termos logísticos: sua dupla conectividade aérea e marítima, reforçada pela nova realidade que se definirá com a expansão do Canal e com os investimentos que estão sendo feitos nos modais ferroviário e aéreo e na modernização da Zona Libre de Colón.
Primeira da América Latina, a Zona Libre de Colón pode ser um indicativo do grau de atratividade do país como parceiro comercial para triangulações com outros mercados. São permitidas as seguintes atividades no local: exportação, reexportação, importação, manufatura, venda, comercialização/distribuição, transformação de mercadorias e demais operações de zonas livres de comércio internacional. Em 2010, a movimentação chegou a US$ 21,6 trilhões, concentrando 2.960 empresas dos mais variados países.
Efeito dominó
O vice-ministro de Comércio Exterior, Jose Domingos Arias, explica que a expansão do Canal terá um efeito importante nos portos nacionais, que se transformarão em centros de transbordo para atender a sistemas feeder. “O sistema portuário local é novo, com apenas 12 anos, e adotamos a estratégia de chamar os melhores operadores portuários mundiais para comandar a operação local. Evergreen, Hutchinson e PSA são alguns dos operadores que comandam os portos locais”. Bem equipados, os terminais panamenhos têm à disposição 29% de toda a oferta de pórticos da América Latina.
Adicionalmente, o governo local investe na expansão do modal ferroviário, que conectará em menos de quatro horas os portos no Pacífico com os do Atlântico, e também na construção de um aeroporto.
Arias festeja a inédita disposição do governo de investir em todos os aspectos da logística. “Teremos um cluster logístico com ferrovia, aeroporto e portos, além da zona franca, fazendo do Panamá um centro multimodal de grande eficiência e competitividade”.
Vejam o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=T92C6tDEppw
Acessem: http://proinvex.mici.gob.pa/
Fonte: Global Online
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