Carga: aeroporto não é o único problema

Representantes do setor aéreo brasileiro se reuniram nesta terça-feira, 5, para discutir o futuro da indústria de carga no setor tendo em vista os eventos esportivos que acontecerão no Brasil: a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016.
Na ocasião, Carlos Ebner, diretor da Iata para o Brasil, destacou que a entidade está preocupada com as ações que estão sendo tomadas pela Infraero para suprir a demanda, não só do ponto de vista do atendimento do passageiro como também de carga.
“Não temos visto aprimoramento eletrônico, por exemplo, para facilitar a transição da carga”, destaca. Em contrapartida, Ednaldo Pinheiro Santos, superintende de logística de carga da Infraero, rebate que a estatal está tomando todas as ações necessárias para atender a movimentação. “Ao todo, devemos investir R$ 180 milhões para aprimorar os terminais de carga dos principais aeroportos brasileiros”, garantiu.
Porém, um antigo problema vivenciado pelos aeroportos – mas pouco falado se compararmos com as questões de infraestrutura – foi evidenciado: a demora na liberação de produtos e o excesso de apreensão de mercadorias.
De acordo com Marco Aurélio Oliveira Soares, presidente da Logimasters, empresa que atua neste nicho de mercado, apenas em Guarulhos nove mil metros quadrados de terminal estão ocupados por cargas deste tipo.
“A Infraero pretende construir 14 mil metros quadrados de terminais em Guarulhos nos próximos anos. Se alguma coisa fosse feita para liberar o espaço comprometido com cargas apreendidas, teríamos uma capacidade bem maior”, afirmou.
Soares aponta que é preciso modernizar a legislação para liberar as cargas de forma mais ágil. “Se nada mudar será um caos. Pois muitas delegações esportivas, por exemplo, trarão itens básicos como água para o Brasil. E o processo para o despache de produtos como esse é muito difícil”, argumenta.
Neste aspecto, o superintendente da Infraero, destaca que a estatal e a receita já estão atuando nisso e que já identificaram importantes ganhos na agilidade de liberação de carga.
Ronaldo Jenkins de Lemos, diretor técnico do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), rebate cobrando por mais agilidade no processo. “Não podemos ficar limitados ao expediente comercial. Precisamos operar 24 horas para usufruir dos horários de menor movimentação nos aeroportos para ampliar o transporte de cargas”, finaliza.

Fonte: WebTranspo

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