Brasil tem a pior colocação em ranking de transporte

O esforço feito pelo governo federal nos últimos anos, como a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ainda não foi suficiente para garantir a melhora da infraestrutura brasileira. Pelo contrário. O País lidera a lista das piores estruturas de transporte e logística entre seus concorrentes, mostra levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O trabalho selecionou 14 países com características econômico e sociais semelhantes às do Brasil e que tenham participação no mercado internacional. Foram avaliados os setores de transportes, energia e telecomunicações de todas as nações. No geral, o País ficou com a terceira pior colocação, à frente apenas de Colômbia e Argentina. Mas, no item transportes, ninguém desbancou o Brasil. "Além da qualidade da infraestrutura, a grande deficiência do setor é a falta de conexão entre as diversas modalidades", diz o diretor executivo da CNI, José Augusto Fernandes, coordenador do estudo sobre competitividade.
Dentro do setor, a infraestrutura portuária teve a pior classificação. "Apesar dos avanços, como a implementação do Programa Nacional de Dragagem, a gestão de todo complexo portuário é muito complicada e afeta diretamente a competitividade do País", diz Fernandes. Segundo ele, boa parte dos portos nacionais não tem capacidade para receber grandes navios, o que seria um grande avanço para reduzir os custos de transportes.
A qualidade da infraestrutura ferroviária também rendeu uma posição ruim para o Brasil, que ficou na penúltima colocação. Nesse caso, explica o executivo da CNI, o que mais pesou foi o tamanho da malha nacional, de apenas 28 mil quilômetros (km). Além disso, o transporte ferroviário é concentrado em poucos produtos: só o minério de ferro representa 74% da movimentação total das ferrovias.
A qualidade das rodovias ficou com o 12.º lugar e o transporte aéreo, em 11.º lugar. Na opinião do professor da Fundação Dom Cabral Paulo Tarso Resende, o grande problema é que o Brasil está sempre correndo atrás do prejuízo. Ele afirma que a expansão dos investimentos nos últimos anos promoveu alguns avanços na infraestrutura. "Mas, com o crescimento econômico, a demanda foi muito maior que o aumento da oferta. Toda evolução acabou sendo engolida pelo avanço da economia e da demanda", afirma o professor. Segundo ele, se os investimentos não tivessem sido elevados, o País teria parado.
O grande desafio do próximo governo, diz o professor, será aumentar o volume de recursos destinados ao setor de infraestrutura logística, dos atuais 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para, no mínimo, 4% ao ano.
Os países avaliados foram: Rússia, Canadá, Coreia, África do Sul, Espanha, Austrália, Chile, México, China, Índia, Polônia, Colômbia, Argentina e Brasil.

Fonte: ATR Brasil

0 comentários:

Postar um comentário