Logística é considerada assunto de vital importância pelas empresas

Parte da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla com eficácia o fluxo e a armazenagem dos bens, serviços e das informações entre o ponto da origem e o ponto de consumo com a finalidade de satisfazer todas as exigências dos consumidores em geral (desde agilidade como preço), a logística é hoje ponto de alta relevância para os executivos das grandes empresas.
Depois das dificuldades enfrentadas em decorrência da crise econômica, o tema logística está em destaque como solução para muitos problemas. O ano de 2010 tem marcado a retomada das negociações, onde a recuperação do mercado, que começou no segundo semestre de 2009, irá de fato se confirmar. “As empresas perceberam que o trabalho logístico visando a redução dos custos é uma fonte para agregar valor aos produtos e serviços e, consequentemente, uma das principais soluções para a redução de custos no Brasil”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Logística – ASLOG, Rodrigo Otaviano Vilaça.
Para Vilaça, o governo tem projetado ações para desenvolver o país, mas é necessária a injeção de investimentos mais pesados no setor, principalmente em infraestrutura, pois auxiliará consideravelmente na consolidação do desenvolvimento. “A intermodalidade dos modais de transporte é outro item de extrema importância para que tenhamos mais eficácia na atividade logística no Brasil. O país deve atualizar-se de forma mais rápida e focar na intermodalidade para se tornar mais competitivo”, revela.
Outra questão que deve ser abordada, segundo o presidente da ASLOG, é o investimento profissional. “Investir em pessoas, no seu desenvolvimento, na sua capacitação e na retenção de conhecimento é um diferencial competitivo valioso e que jamais deve ser deixado de lado”, declara.
Considerada uma das principais soluções para a redução de custos no Brasil, a importância da logística tem sido sentida, de forma significativa, em praticamente todos os setores. “O seu crescimento contínuo tem demonstrado grande força no Brasil, principalmente no que se refere ao gerenciamento do tempo e dos recursos necessários para a produção e movimentação. Neste novo cenário da economia mundial pós-crise, as atividades que envolvem a logística têm desenvolvido um papel fundamental para a redução dos custos e para o aumento da competitividade entre as empresas”, diz Vilaça.
Graças à nova cultura das companhias, a tendência do setor para os próximos anos é o crescimento cada vez mais acelerado. Contudo, segundo o presidente da ASLOG, embora o Brasil esteja evoluindo, ainda tem um caminho longo a percorrer. “O modelo logístico nacional ainda está excessivamente focado no modal rodoviário, que corresponde a até 65% de todo o volume transportado, além de ser o segundo mais caro, perdendo somente para o aéreo. Esse custo é agravado, ainda, pelo precário estado de conservação das estradas”, sinaliza.
Vilaça vai além. “Sabemos que é necessária a intermodalidade dos modais de transporte para que tenhamos mais eficácia na atividade logística no Brasil. É preciso mais defesa e mais pró-ação, por exemplo, no modal ferroviário, assim como nos demais. Por outro lado, também é notório que, desde que assumiram a concessão das malhas ferroviárias, as transportadoras de cargas mudaram o cenário do setor - que passava por completa estagnação. A participação das ferrovias na matriz de transportes do Brasil passou de 19%, em 1999, para 30%, em 2009, sendo que a referência internacional nos desafia a atingir o índice de 42%”, declara.
Porém, para que o crescimento da logística não sofra interrupção é preciso que alguns entraves, ameaçadores do seu desenvolvimento, sejam solucionados. “Um exemplo é o desafio dos profissionais de apoio às atividades principais das empresas, ligando os pontos fornecedores aos clientes finais. As empresas tendem a trabalhar de forma bastante enxuta no que se refere a estoques e movimentações, zelando sempre pela redução de custos e pela obtenção de excelência no atendimento aos clientes. Estamos falando da ausência de qualificação da mão-de-obra, um gargalo do setor que, urgentemente, deve ser solucionado” diz o presidente da Aslog.
O executivo acredita também que ignorar e não utilizar o conhecimento instalado dentro da organização é um grande erro estratégico. “A organização deve proporcionar formação intelectual para o funcionário, deve torná-lo capacitado a exercer a função com competência. Deve valorizá-lo, sendo deferente com seus direitos e incentivando a sua capacitação. Desta forma, o colaborador interno trabalhará feliz, motivado, com comprometimento, com competência e o melhor: será fiel à empresa, ao seu produto, à sua movimentação e ao setor logístico”, acredita.

Fonte: ANTF / Revista Porto S.A.

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