Projeto implantado no Ceará é o primeiro do País e servirá de modelo a outros estados brasileiros....
O setor de flores e plantas ornamentais do Ceará lançará até fevereiro de 2010 o primeiro consórcio de produtores do Brasil voltado à exportação. Na última quinzena de novembro a Câmara Setorial de Floricultura da Adece (Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará) e o Ministério da Agricultura assinaram convênio para implantação do projeto piloto que servirá de modelo a outros estados brasileiros. Segundo Gilson Gondim, presidente da Câmara, a expectativa com a iniciativa é que as exportações do setor cresçam pelo menos 15% em 2010.
"A meta do consórcio é exportar US$ 2 milhões por ano para o mercado internacional e também para o Sudeste brasileiro - maior mercado consumidor de flores do País", antecipou, ontem, durante a última reunião de 2009 das câmaras setoriais, na Adece. De acordo com Gondim, os recursos para estruturar o consórcio já foram liberados pelo Ministério, porém ele prefere não revelar o valor. "O montante não é tão expressivo, o mais importante é a ação", diz.
O empresário diz que o dinheiro está sendo aplicado em consultorias e em qualificação para a montagem do consórcio.
Conforme Gilson Gondim, até fevereiro, o novo consórcio estará concluído e em funcionamento. "O Ministério quer reunir entre 10 e 20 produtores no consórcio. No mercado externo, além dos Estados Unidos e da Holanda, a ideia é exportarmos também para França, Espanha e Itália", revela.
Atualmente o Ceará é o segundo maior exportador de flores e plantas ornamentais, posição que contrasta com o mercado consumidor incipiente. Segundo Gondim, a Câmara lançará no dia 17 de dezembro, em parceria com o Sebrae/CE, uma nova estratégia para mudar essa realidade. O empresário também está otimista em relação às exportações. "Nossas vendas têm se mantido, apesar da crise internacional. Tivemos uma retração abaixo da média. Enquanto tivemos queda de 13,71% nas vendas externas de janeiro a outubro, comparativamente ao mesmo período de 2008, a média do Estado foi -15% e a nacional -25%", avalia.
Fim de rivalidades auxilia setores....
Para o presidente da Adece, Antônio Bahlmann, o principal ganho das câmaras setoriais do Ceará foi o fim das rivalidades nos setores produtivos e a organização do trabalho conjunto em prol da cadeia. "Cada setor contemplado pelas dez câmaras da Adece ganhou ânimo novo e cresceu impulsionado pela solução de problemas de logística e a melhoria nos patamares de infraestrutura, tecnologia e investimentos", afirma.
Segundo Bahlmann, a organização nas câmaras com a participação de instituições de crédito, de meio ambiente, de tecnologia e do mercado gerou uma intersecção que remete para a solução de dificuldades e, ao mesmo tempo, facilita a percepção e aproveitamento das oportunidades no macroambiente, devido à interação produtiva.
O presidente da Adece reconhece, porém, que ainda há gargalos a serem superados. Como a melhoria da malha viária no trecho até o Porto do Pecém, considerado um dos principais entraves do setor de frutas.
Para Tom Prado, empresário do setor que presidiu a Câmara de Fruticultura até novembro, além da infraestrutura, o outro grande desafio do setor hoje é a criação de uma secretaria estadual do agronegócio. "Há muito a ser feito. Precisamos que o governo (do Estado) crie uma secretaria", conclui.
Fonte: NewsComex - Comércio Exterior e Logística
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