Planejamento da cadeia de abastecimento

Ainda hoje existem divergências entre as softhouses e as necessidades das empresas. Mesmo que as "fábricas de softwares" proponham soluções de planejamento integrado e colaborativo, as empresas usuárias procuram antes de mais nada operar sua própria produção para minimizar estoques. As empresas esperam, sobretudo, um planejamento preciso, principalmente quanto às previsões de venda. As ferramentas de previsão, planejamento e reposição colaborativas ("collaborative planning forecasting and replenishment", CPFR), inserem-se nesta categoria, mesmo sendo mais orientadas à distribuição.
O mercado de soluções SCM ainda permanece restrito. Pode-se distinguir nele quatro categorias de produtos: os sistemas de gestão empresarial ("enterprises resources planning", ERP), os sistemas de ­planejamento avançado ("advanced planning solutions", APS), as soluções de execução logística ("supply chain execution", SCE ou "logistics execution systems", LES) e os sistemas de execução da manu­fatura ("manufacturing execution systems", MES). Todavia, a tendência é de aumento da oferta. Todos os fabricantes procuram atingir o máximo de funcionalidades, a fim de perma­necer na corrida. Propõem uma oferta abrangente, que cobre o conjunto das necessidades de SCM, desde o planejamento, passando pelo relacio­namento com os clientes e pela relação com os fornecedores.
Em numerosos projetos sobre plane­jamento, constata-se que as empresas implementam seu planejamento SCM passo-a-passo. Os recursos de colaboração permanecem como tendência, principalmente nos processos de compras. Só empresas especializadas se isolam na sua preferência, a fim de conservar seu nicho de mercado, como transportes, por exemplo.
Em face deste aumento de ofertas, é difícil para as empresas usuárias optarem por uma ou outra solução. O uso de ferramentas de SCM traduz-se pela necessidade de controle e de sincronização dos fluxos. A abordagem do SCM é feita por nível de decisão e de necessidade (estra­tégia, tática, operacional). A escolha do software se fará sobre a capacidade de resposta deste às necessidades da empresa, nos vários níveis.
Diversas empresas propõem funcionalidades dedicadas a certos setores específicos de ­atividades, tais como a indústria farmacêutica, automobilística, produ­tos de consumo e mineração, forne­cendo soluções ajustadas, respon­dendo a critérios específicos, por exemplo, planejamento integrado com elementos financeiros.
A força do ERP
Os softwares dedicados ao ERP viram chegar novos competidores na sua área de atuação, os softwares de SCM, que agregam novas funcio­nalidades em suas soluções, per­mitindo cobrir as necessidades de otimização da cadeia logística. Sua solução não se apresenta como um módulo, mas sim como uma oferta completa. Aliás, as interfaces entre ERP e soluções SCM não se revelam satisfatórias pois o modelo de dados permanece de qualquer modo diferente.
Os softwares ERP dispõem de um alto poder de concorrência e realizam uma guerra de preços. A concorrência é acirrada. Mas algumas empresas têm a vantagem de possuir uma base global e não terem ainda concorrentes sobre o amplo conjunto de aplicações. De maneira clássica, as ferramentas de SCM são oferecidas por módulos. Por outro lado, concorrentes tentam impor-se utilizando uma abordagem por processos. Outras ofertas de SCM cobrem o conjunto da cadeia de abastecimento, visando responder à uma necessidade do cliente por uma suíte de aplicações que atenda o conjunto dos processos, como compras ou produção.
As ferramentas SCM caracterizam-se pela capacidade de integrar diferentes sistemas. É raro que grandes empresas disponham de um só software SCM. Geralmente, utilizam-se sistemas que possam ser integrados entre si. As primeiras experiências em matéria de SCM revelam um ponto essencial na escolha desta ferramenta: a integração dos dados.
No coração dos riscos
Mesmo que os softwares abordem um discurso muito positivo quanto à coerência dos dados transacionais e dos dados de análise, a realidade é, freqüentemente, diferente. Ainda é difícil fazer coexistir dados que não têm o mesmo fundamento Os dados obtidos dos ERPs baseiam-se numa definição rígida que limita a apro­ximação analítica. Ainda que os dados tenham sido gerados por um mesmo sistema, por exemplo ERP, pode haver certa incoerência. A fim de fornecer um primeiro nível de resposta, os softwares compartilham outras soluções e parcerias com o intuito de realizar a extrapolação dos dados. Por outro lado, alguns sistemas não geram mais os dados transacionais, mas passam sua base de dados específica para explorar os elementos, visando uma tomada de decisão. Os dados assim resultantes são analisados, depois de sofrer algumas trans­formações necessárias.
Essa noção de integração é essencial no momento da escolha da solução. Ela completará a estratégia da empresa em matéria de sistema de informação, que pode orientar-se seja em direção ao todo integrado, seja em direção a uma abordagem heterogênea. Ao contrário, algumas ferramentas de integração tais como as "enterprise aplication integration" (EAI) ou o supply chain event management (SCEM) ganham campo devido à facilidade de comunicação entre sistemas muito diferentes. A escolha de uma corporação pode ser efetuada levando-se em conta a implementação do sistema escolhido em todo grupo de empresas, chegando-se inclusive a suplantar as funções de planejamento.
É importante ressaltar que algumas vezes, a decisão corporativa pode não agradar a todos os interessados, mas normalmente esta decisão tem como finalidade uma coesão dos dados e informações, conseguindo-se uma maior trans­parência e facilitando a comunicação.

Fonte: IntraLogística

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