Fazendas ganham autonomia com armazenagem própria

A instalação de silos permite que o produtor escolha o momento certo para a comercialização melhorando a rentabilidade; manuseio das máquinas exige treinamento.
Os produtores estão se conscientizando que não basta a atenção às lavouras apenas entre o plantio e a colheita para obterem bons resultados em uma safra. Cuidados com a armazenagem dos grãos também fazem muita diferença para quem quer melhorar a rentabilidade da produção. Por isso, o mercado registra um crescimento nas vendas dos equipamentos de armazenagem (silos e secadores).
A Fazenda Esperança, no Município de Marilândia do Sul, acaba de concluir a instalação de uma unidade com capacidade para armazenar quase 8 mil toneladas de graõs. A obra, que custou cerca de R$ 3 milhões, chama a atenção de quem passa pela região.
O administrador da fazenda, Gilmar Américo dos Santos, está convencido de que o complexo de armazenagem vai proporcionar maior autonomia e representar o início de uma nova etapa na história da propriedade. ''Passamos a ter um maior valor agregado à produção com estes silos, vamos entregar um produto com um preço melhor'', afirma.
Segundo ele, o produto bem armazenado pode aguardar o momento certo para a comercialização, com melhores preços de mercado. ''Acredito em um aumento no rendimento de pelo menos 5 a 10%. Por isso, a instalação desta unidade é um investimento que compensa, mesmo que demore 10 anos para se pagar''.
A fazenda produz soja e milho no verão, e trigo e aveia no inverno. Antes, toda a produção era levada para armazéns de empresas especializadas ou em cooperativas. ''Havia uma certa dificuldade no transporte porque faltava caminhão e as máquinas ficavam paradas, e com essa unidade, a colheita será armazenada de uma forma mais rápida e eficiente''.
Além da parte material, os donos da fazenda decidiram investir também na qualificação da mão de obra. O administrador Gilmar dos Santos, o gerente da unidade de armazenagem, Antonio Roberto Pinto, e outros três funcionários participaram de um curso em que aprenderam a operar toda a estrutura. Entre os conhecimentos adquiridos, Santos destaca as informações sobre o grau de umidade ideal para o grão nesse processo, as orientações para o transporte adequado do produto para os silos evitando assim a quebra dos grãos que afetam a qualidade. O gerente ressaltou ainda a obrigatoriedade dos funcionários utilizarem equipamentos de proteção individual (EPI) no trabalho, tais como cintos de segurança, capacetes e máscaras.
Já o gerente da unidade classificou o curso como uma necessidade de para a atualização dos funcionários. ''É importante a gente acompanhar as inovações no mercado para saber como alcançar melhor rendimento e melhor qualidade dos produtos'', afirma Roberto Pinto.
Os donos da fazenda já programaram também uma segunda etapa da obra, ainda em data a ser definida, de acordo com a própria demanda. A expansão prevê a construção de mais uma moega, um secador, três silos ''pulmão'' e quatro silos para armazenagem.

Fonte: Folha de Londrina

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